Câncer de bexiga causa dificuldades para urinar (e está relacionado ao hábito de fumar) - Blog - Hospital Vera Cruz

24/07/2024

Câncer de bexiga causa dificuldades para urinar (e está relacionado ao hábito de fumar)

Presença de sangue na urina, dificuldade ao urinar e dores nas costas podem ser sintomas da doença. 50% dos casos são relacionados ao cigarro. Saiba todos os detalhes sobre o câncer de bexiga neste post!

HVC - Blog - Cancer de Bexiga - Capa

Se você se interessa por saúde, é bem possível que o tema ‘câncer de bexiga’ entre em seu radar este mês.

Em julho, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) encabeça uma grande campanha de conscientização sobre a doença, focada especialmente na importância do diagnóstico precoce. Posts educativos, infográficos, vídeos, lives com especialistas e participações em programas de TV são algumas das iniciativas realizadas. Todo o esforço é mais que justificado: o câncer de bexiga é um dos mais prevalente em todo o mundo, mas, se for descoberto cedo, possui chances altíssimas de cura.

Como suporte à campanha, trazemos no Blog do HOSPITAL VERA CRUZ os principais detalhes sobre câncer de bexiga neste post especial, para você se informar neste mês dedicado ao tema e aprender a proteger melhor sua saúde. Vamos lá?

 

Você conhece o câncer de bexiga?

O câncer de bexiga ainda é, no geral, largamente desconhecido por boa parte da população, apesar da incidência da doença não ser baixa. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para cerca de 11 mil novos diagnósticos por ano – a grande maioria deles em homens.

No mundo, o câncer de bexiga é apontado como o 7º tipo de câncer mais comum.

Esse tipo de câncer costuma atingir adultos mais velhos. Ele pode ser uma ‘doença silenciosa’ durante muitos anos, e os sintomas iniciais podem ser confundidos por questões ‘naturais’ do envelhecimento.

Dados da American Cancer Society mostram que a idade média para o diagnóstico do câncer de bexiga é de 73 anos. Cerca de 90% dos casos são diagnosticados em pessoas acima dos 55 anos.

Além disso, o sucesso do tratamento depende largamente de quando o câncer é descoberto. O diagnóstico precoce é uma enorme ajuda para a cura. Isso porque, nos estágios iniciais, a doença pode estar contida às camadas celulares internas da bexiga, o que permite um tratamento direcionado, mais eficiente – inclusive por via cirúrgica, capaz de retirar apenas a parte da bexiga comprometida pela doença. Com o tempo, todavia, o câncer pode se espalhar para camadas mais profundas dos tecidos da bexiga, o que já dificulta o tratamento. Há casos em que tecidos e linfonodos próximos à bexiga são atingidos. Em situações mais raras, outros órgãos e tecidos distantes no corpo também são acometidos – nestes estágios, o tratamento é muito mais complexo, com índices menores de sucesso.

Pelos motivos acima, estar ciente sobre a doença, conhecer seus sintomas e saber o que fazer para evitá-la são importantíssimos para uma vida mais saudável. Vamos analisar, então, cada um desses pontos.

 

Quais são os sintomas do câncer de bexiga?

Em 80% dos pacientes, um sintoma em especial é notado: sangue na urina.

A presença do sangue é usualmente visível, escurecendo a urina de forma progressiva, de acordo com o estágio da doença. Às vezes, a urina pode sair com uma cor vermelha bem viva, outras vezes com uma coloração bastante escura, quase preta. Em estágios iniciais, o sangue pode ser apenas detectado em exames laboratoriais, por isso não é incomum esse tipo de identificação ser requisitada em exames de urina de rotina.

Além da presença de sangue, outras mudanças na hora de ir ao banheiro podem, também, ser sintomas da doença, como:

  • aumento da vontade de fazer xixi (inclusive à noite, atrapalhando o sono)
  • sentir maior ‘urgência’ de ir ao banheiro, como se a bexiga estivesse sempre cheia, mesmo quando a pessoa sabe que não ingeriu muito líquido
  • dor ou sensação de ‘queimação’ ao urinar
  • dores nas costas

HVC - Blog - Cancer de Bexiga - Sintomas

 

Em estágios mais avançados da doença, sintomas adicionais podem ser observados, como:

  • incapacidade de urinar
  • dores fortes nas costas, na parte de trás, na região inferior, especialmente de um lado só do corpo
  • dor na região do abdômen
  • pés inchados
  • sensação de cansaço constante
  • perda de peso e de apetite

Como vimos acima, os sintomas iniciais – aqueles relacionados à dificuldade de urinar ou a mudanças nesse hábito – podem ser facilmente confundidos com ‘sinais da idade’, ainda mais porque esse câncer costuma ser diagnosticado tarde na vida. Por isso, é importante sempre estar alerta.

 

Fumar é o principal fator de risco

Pode parecer curioso, mas o hábito de fumar é o motivo número 1 para o câncer de bexiga. Sabe-se que outros tipos de câncer – como o de pulmão, o de boca e o de garganta – estão intimamente relacionados com o fumo, mas nem sempre essa associação é feita também com a bexiga.

Dados epidemiológicos mostram que cerca de 50% de todos os casos de câncer de bexiga são relacionados ao hábito de fumar. Fumantes têm 3x mais chances de desenvolver esse câncer do que não fumantes.

Qual seria a relação entre a fumaça do cigarro e a bexiga?

Quando uma pessoa fuma, está adicionando ao seu corpo mais de 07 mil substâncias químicas, parte delas (pelo menos 60) reconhecidamente tóxicas e com alto potencial cancerígeno. Esses elementos entram em contato com a corrente sanguínea e são ‘processados’ pelo corpo. Parte deles é excretado pela urina. É nesse ‘caminho’ que a toxicidade pode acabar impactando a saúde da bexiga, órgão responsável pelo armazenamento da urina, aumentando os riscos de câncer.

HVC - Blog - Cancer de Bexiga - Impacto do cigarro

 

Outros fatores de risco encontrados em estudos são:

  • contato com algumas substâncias químicas durante o trabalho, em especial para profissionais de indústrias que lidam com a fabricação/o preparo de borracha, couro, materiais têxteis e tintas/tinturas
  • má hidratação (pessoas que consomem um bom volume de água todos os dias apresentam incidência menor da doença)
  • etnia (estudos apontam que asiáticos possuem riscos menores para a doença, e que caucasianos/brancos possuem riscos maiores)
  • ser do sexo masculino
  • quanto mais idade tiver a pessoa, maiores os riscos do surgimento da doença
  • ter infeções crônicas na bexiga
  • nascer com defeitos de formação na bexiga
  • genética e histórico familiar (em especial, histórico familiar da síndrome de Lynch pode aumentar os riscos para o câncer de bexiga).

 

O quão perigoso é o câncer de bexiga (e há tratamento)?

Como vimos, o diagnóstico precoce é um dos fatores mais importantes para o sucesso do tratamento desse (e de outros) tipos de câncer. Alguns números nos ajudam a entender o real impacto disso.

Os dados a seguir são de um banco de dados norte-americano chamado SEER (Surveillance, Epidemiology, and End Results), coordenado pelo National Cancer Institute (NCI) dos EUA, que monitora as taxas de sobrevivência em 05 anos de pessoas diagnosticadas com câncer de bexiga. Em termos simples, os números mostram quantas pessoas sobrevivem dentro de cinco anos após o diagnóstico e o início dos tratamentos, quando comparados a pessoas de grupo similar, mas que não possuem este câncer.

Em média, a sobrevida em cinco anos é de 78%. Todavia, para câncer de bexiga descoberto nos estágios iniciais, pode chegar a 96%. Quando o câncer já não se encontra mais restrito a uma única zona da bexiga, mas ainda está na região desse órgão, a sobrevida de 5 anos cai para 39%. E nos raros casos em que o câncer se espalhou para tecidos e órgãos mais distantes, esse número é de apenas 8%.

Vendo as estatísticas acima, nem é preciso reforçar a relevância do diagnóstico precoce. De qualquer maneira, é importante notar que, a cada ano que passa, os tratamentos contra o câncer – inclusive de bexiga – melhoram, então pessoas diagnosticadas hoje podem contar com probabilidades de cura maiores do que estes estudos apontam. Além disso, as estatísticas não explicam todos os detalhes envolvidos no tratamento, são apenas dados brutos: o cuidado com a saúde do paciente em um centro médico de excelência resulta as chances de cura maiores, assim como ter um bom suporte familiar durante o tratamento.

 

Tratamentos

Atualmente, a depender do estágio da doença e da saúde do paciente, as estratégias de tratamento envolvem cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Em alguns casos, tratamentos com imunoterapia ou terapia direcionada também podem ser indicados.

Uma equipe composta por urologistas e oncologistas estuda cada caso e traça as melhores estratégias a fim de curar a doença, manter a qualidade de vida do paciente e evitar reincidências (que não são incomuns para esse tipo da doença).

 

A hora do xixi também é um momento de saúde

Estar atento à própria saúde é um fator diferencial para quem deseja viver mais e melhor. Mudanças na hora de ir ao banheiro podem acender o sinal de alerta sobre problemas mais sérios que podem estar começando a se desenvolver no corpo. Conhecendo os principais sintomas de doenças importantes – como o câncer de bexiga –, é mais fácil reconhecer quando esses sintomas podem indicar algo grave e quando são meramente “questões de idade”. Na dúvida, não hesite em conversar com um urologista.

Acima de tudo, caso seja um fumante, pense seriamente em abdicar do hábito. Peça ajuda, caso necessite, e fortaleça a decisão de largar o cigarro. Quanto antes isso for feito, melhor: dados mostram que, de fato, ex-fumantes têm chances menores desse tipo de câncer do que fumantes ativos. Além disso, lembre-se de se manter sempre hidratado e procure incluir vegetais e frutas na alimentação – estas podem parecer dicas simples, porém são comprovadamente eficazes para proteger o corpo contra essa e diversas outras doenças.

HVC - Perfis de Médicos - Dr. Rafael Luís Carmo

 

Para saber mais:

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