Dezembro é o mês ideal para relembrar os principais fatos sobre a AIDS, além de se atualizar sobre os avanços em tratamentos e prevenção!
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De acordo com informações do Ministério da Saúde, entre 1980 e junho de 2022, houve o registro de 1.088.536 casos de AIDS no Brasil. Apesar dos tratamentos terem evoluído muito nas últimas décadas, a doença ainda não tem cura e pode representar riscos à saúde e à expectativa de vida de quem está afetado, caso o indivíduo não receba terapia antiretroviral. Para transformar esse cenário, é crucial abrir diálogos, enfrentar a desinformação e, principalmente, priorizar a prevenção.
Confira neste texto as informações essenciais que você precisa saber sobre a AIDS e ajude nesta campanha de conscientização!
O que causa a AIDS?
A AIDS é uma doença causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês), que foi identificado em meados dos anos 1980. O nome AIDS vem também de uma sigla em inglês, para Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida.
Quando uma pessoa é infectada pelo vírus HIV, ele imediatamente passa a se multiplicar no corpo. O grande problema é que essa multiplicação ocorre às custas de células de defesa importantíssimas do sistema imune, em especial os linfócitos T-CD4+.
Ao longo de vários anos (em média 5 a 7 anos), o HIV vai se multiplicando, os linfócitos vão sendo destruídos e, mesmo com a produção contínua desses linfócitos, com o passar dos anos a perda passa a ser maior que a produção, levando ao comprometimento grave do sistema imune. Infecções oportunistas tornam-se recorrentes. Aumentam as chances de surgirem infecções graves, assim como neoplasias. A pessoa infectada, então, é considerada com AIDS – isto é, quando o HIV já compromete de forma severa o sistema de defesa do corpo humano.
Quando começam a surgir os sintomas da AIDS (febre, suores noturnos, diarreia, aumento de gânglios linfáticos e perda de peso), normalmente a contagem de células T-CD4+ já está abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue – em adultos saudáveis, esse número está acima de 500.
Formas de transmissão da doença
- Relações sexuais sem proteção
- Contato com sangue contaminado, por meio do compartilhamento de seringas, agulhas, objetos cortantes
- De mãe para filho, durante a gestação, o parto ou a amamentação
- Transfusão de sangue (atualmente esta é uma forma praticamente inexistente em muitos países, com a testagem ampla de todos os doadores)
É importante notar, também, que as ações listadas abaixo não transmitem o vírus HIV:
- Beijar, abraçar
- Compartilhar talheres e copos, sabonetes, piscina, banheiro
- Fazer sexo seguro, com uso de preservativos
- Não há presença de vírus infectante em suor, lágrimas, saliva
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Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, que utilizam sangue ou fluido oral do paciente.
Aqui no Brasil, é fácil encontrar, via SUS ou em campanhas de conscientização, testes rápidos para a doença, com resultados que ficam prontos em apenas meia hora.
Tratamento da AIDS
Os tratamentos para a AIDS ainda não curam. Embora eliminem os vírus no sangue periférico, ainda sobram “santuários” no corpo onde os vírus ficam “dormentes”. Ou seja, apesar da pessoa ficar “indetectável” com o tratamento, não há 100% de eliminação do vírus.
É importante notar que os indivíduos em terapêutica antiretroviral e que estejam indetectáveis não transmitem sexualmente a doença. Indetectável, portanto, é sinônimo de “não transmissível”.
No Brasil, desde 1996 medicamentos antirretrovirais são fornecidos gratuitamente a todos os infectados pelo HIV. Até o momento, existem 22 desses medicamentos sendo receitados, em 38 apresentações farmacêuticas diferentes.
Pais e mães com AIDS
No Brasil, alguns casos de AIDS infelizmente ainda vêm de crianças contaminadas pelos pais, seja durante o parto, seja pela amamentação. Essas situações revelam falta de orientação médica básica. Segundo o Ministério da Saúde, mães que vivem com HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV, desde que sigam o tratamento recomendado durante o pré-natal, o parto e o pós-parto.
Ainda: hoje em dia, pais e/ou mães soropositivos já podem participar de uma gravidez com riscos muito baixos de contaminação do bebê. Em ambos os casos, primeiramente é necessário que a pessoa receba acompanhamento médico e, através de terapêutica antiretroviral, estejam indetectáveis, especialmente no último trimestre.
O bebê também deve receber terapêutica antiretroviral, assim como cuidados pós-parto e seguir a contraindicação à amamentação.
PrEP
As pessoas com maiores riscos de exposição ao HIV (como por exemplo parceiros sorodiferentes) podem utilizar a terapia pré-exposição, seja diariamente ou “on demand” (uso nos dias programados), com uma medicação disponível gratuitamente e composta por duas drogas. O PrEP, como a terapia é conhecida, é altamente eficaz, com raros eventos adversos.
A AIDS já foi uma sentença pesadíssima na vida da pessoa infectada. Felizmente, hoje em dia existem tratamentos que possibilitam ter a mesma expectativa de vida que teriam geneticamente se não fossem soropositivas, com efeitos mínimos (ou até mesmo inexistentes) do vírus na saúde. O mais importante, todavia, é se prevenir e acolher. Quanto mais nos informarmos sobre a AIDS, mais saberemos como evitar, tratar e acolher os soropositivos sem discriminação.
A meta da OMS sugere que conseguiremos o controle efetivo da AIDS como problema mundial de saúde pública quando 95% de todos os portadores souberem de sua condição, estiverem sob terapia antiretroviral e indetectáveis.