Aleitamento Materno: quais são os benefícios para os bebês (e para as mamães)? - Blog - Hospital Vera Cruz

25/08/2022

Aleitamento Materno: quais são os benefícios para os bebês (e para as mamães)?

Contra quais doenças o leite materno protege? Quais são os efeitos de longo prazo do aleitamento? Conheça a importância da amamentação na saúde dos bebês e das mães.

 

Agosto é um mês especial, em que se celebra um dos atos de amor mais importantes que uma criança pode receber: o aleitamento materno. A prática médica e pesquisas científicas atestam o enorme impacto positivo que a amamentação traz à saúde presente e futura dos pequenos, assim como à saúde das mães (mais detalhes a seguir). E novos estudos têm indicado que a importância do leite materno pode ser ainda maior do que imaginamos.

Antes de discutir estas questões, trazemos alguns fatos importantes para entendermos como o aleitamento influencia na saúde.

Hospital Vera Cruz - Beneficios do Aleitamento Materno

 

BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA OS BEBÊS

Bebês que consomem leite materno ganham, além de um riquíssimo alimento, uma grande ajuda na formação do sistema imune. Anticorpos da mãe são transmitidos para o bebê via o leite, ajudando os pequenos a se proteger desde cedo contra diversas doenças.

Além dessa proteção imunológica, os bebês ganham também nutrientes essenciais para seu desenvolvimento. O leite materno possui toda a energia e todos os nutrientes que um bebê precisa durante os primeiros meses de vida, grande parte dos nutrientes necessários no segundo semestre de vida e continua sendo muito importante até o segundo ano de vida.

Os benefícios da amamentação são imediatos e de longa duração: bebês amamentados têm chances menores de desenvolver doenças como asma, diabetes tipo 1 (que é a forma de diabetes relacionada ao sistema imune), infecções de ouvido, problemas gástricos e obesidade ao longo de toda a infância, e pesquisas sugerem que algumas dessas proteções podem se estender até a vida adulta. Veja a seguir a lista de doenças ou problemas de saúde dos quais os bebês amamentados são mais protegidos:

 

  • Asma
  • Dermatite Atópica
  • Diarreia
  • Enterocolite Necrosante
  • Infecções de Ouvido
  • Infecções Respiratórias
  • Leucemia
  • Síndrome da Morte Súbita do Lactente
  • Vômitos

 

BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA AS MÃES

As mães também ganham vantagens ao amamentar. Além de fortalecer de maneira inigualável o elo com os filhos, o aleitamento permite às mães uma recuperação pós-parto mais veloz e riscos reduzidos de desenvolver algumas doenças importantes.

Hospital Vera Cruz - Beneficios do Aleitamento Materno - para as maes

Logo após o parto, o aleitamento ajuda a acelerar a contração uterina, reduz as chances de anemia, de infecções urinárias e até mesmo de depressão pós-parto. Ademais, a produção de leite consome pelo menos 500 calorias por dia, o que ajuda as novas mamães a perderem peso mais rapidamente.

Os benefícios à saúde da mãe parecem estar ligados ao tempo de amamentação: quanto mais meses amamentando, maior a proteção contra diversas doenças no futuro. Dentre elas, alguns tipos de câncer (como o de mama e o de ovário), diabetes tipo 2, pressão alta e esclerose múltipla. Dados indicam que essa proteção se estende ao longo dos anos, isto é, ela não ocorre apenas durante os meses do aleitamento. Mulheres que amamentaram os filhos, mesmo que muitas décadas atrás, ainda demonstram riscos menores de desenvolver certas doenças na terceira idade.

Você sabia que o leite muda conforme o bebê cresce?

O leite materno é um alimento completo e complexo. Ele possui todos os nutrientes que o bebê precisa para crescer e se desenvolver. Mas você sabia que a “fórmula” do leite muda de acordo com a idade do bebê?

 

Conforme a criança cresce, a composição de nutrientes e as concentrações presentes no leite mudam, adequando-se às necessidades nutricionais da criança. E tudo isso de forma ‘automática’! Alguns pesquisadores acreditam que a saliva do bebê transfere informações para o corpo da mãe durante a amamentação, e isso ‘informa’ o corpo materno sobre quais nutrientes a criança precisa naquele estágio de desenvolvimento!

 

POR QUANTO TEMPO SE DEVE AMAMENTAR?

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o aleitamento materno deve ser a única fonte de alimentação do bebê durante os 06 primeiros meses de vida – nem mesmo água é necessária, apenas o leite materno. A partir dos 06 meses, outros alimentos podem ser incluídos na dieta, mas a amamentação pode ser um complemento até os 02 anos de idade.

 

ALEITAMENTO MATERNO: IMPACTO DE LONGO ALCANCE ATÉ MESMO NA COGNIÇÃO

Já há algum tempo, pesquisas têm indicado que bebês alimentados por mais tempo com o leite materno ganham benefícios cognitivos importantes durante a infância. Mas a associação sempre foi controversa: afinal, no geral, mães em melhores condições econômicas e com mais anos de estudo tendem a amamentar mais e por mais tempo, e esse ambiente pode fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança. Mas um novo estudo, publicado em maio deste ano na PLoS ONE e conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford, traz novidades interessantes sobre o assunto.

O trabalho acompanhou dados de saúde de quase 8.000 crianças nascidas entre 2000 e 2002, até completarem 14 anos. Estas crianças participaram de um grande estudo realizado no Reino Unido, em que informações sobre a saúde e o desenvolvimento delas, assim como dados sobre as mães, eram periodicamente coletadas. Ao longo dos anos, as crianças fizeram testes de habilidades cognitivas, incluindo orientação espacial e uso de linguagem. Será que houve diferença nos resultados desses testes entre crianças que foram amamentadas e as que não foram?

Hospital Vera Cruz - Beneficios do Aleitamento Materno - COGNITIVOS

Os pesquisadores de Oxford cuidadosamente compararam as notas das crianças em testes de habilidades cognitivas, controlaram as variáveis que poderiam influenciar nessas notas e puderam constatar algo incrível: mesmo levando-se em consideração diversos fatores de controle, como a posição socioeconômica das mães e as habilidades cognitivas delas, as crianças que foram amamentadas tiveram performance em testes de linguagem e orientação espacial melhores do que as crianças que não foram amamentadas quando pequenas. Essa performance se mostrou superior ao longo dos anos, até os 14 anos de idade (data limite do estudo), indicando um impacto de longo prazo da amamentação.

 

Apesar dos resultados não trazerem conclusões definitivas, a análise, realizada de forma cuidadosa e com um número grande de crianças, parece comprovar que o aleitamento materno – uma fonte rica de tudo o que o bebê precisa para crescer e se desenvolver de forma mais saudável – é uma marca positiva que pode ficar para sempre nas crianças, tendo seus impactos sentidos ao longo de toda a infância, da adolescência e até mesmo da vida adulta.

Que mãe não adoraria poder beneficiar seus filhos, e de maneira tão positiva, por tanto tempo, não é mesmo?

 

PARA SABER MAIS

  1. https://www.who.int/health-topics/breastfeeding
  2. American Academy of Pediatrics. (2012). Breastfeeding and the use of human milk. Pediatrics; 129(3): e827-e841.
  3. Harder, T., Bergmann, R., Kallischnigg, G., Plagemann, A. (2005). Duration of breastfeeding and risk of overweight: a meta-analysis. American Journal of Epidemiology; 162(5): 397-403.
  4. Spahn JM, Callahan EH, Spill MK, Wong YP, Benjamin-Neelon SE, Birch L, Black MM, Cook JT, Faith MS, Mennella JA, Casavale KO. Influence of maternal diet on flavor transfer to amniotic fluid and breast milk and children’s responses: a systematic review. Am J Clin Nutr. 2019 Mar 1;109(Suppl_7):1003S-1026S. doi: 10.1093/ajcn/nqy240. PMID: 30982867.
  5. American College of Obstetricians and Gynecologists. (2013). Committee Opinion No. 570: Breastfeeding in Underserved Women: Increasing Initiation and Continuation of Breastfeeding.
  6. Schwarz, E.B., Ray, R.M., Stuebe, A.M., Allison, M.A., Ness, R.B., Freiberg, M.S., et al. (2009). Duration of lactation and risk factors for maternal cardiovascular disease. Obstetrics & Gynecology; 113(5): 974-982.
  7. https://www.womenshealth.gov/breastfeeding/
  8. Maria Quigley et al, To what extent does confounding explain the association between breastfeeding duration and cognitive development up to age 14? Findings from the UK Millennium Cohort Study, PLoS ONE (2022). DOI: 10.1371/journal.pone.0267326
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02 de junho

Acretismo placentário: saiba o que é

O acretismo placentário é uma condição caracterizada pela invasão anormal do tecido placentário além da camada superficial interna do útero, chamada decídua. Esta condição está fortemente associada ao antecedente de cesáreas prévias e à inserção baixa da placenta, chamada placenta prévia. Quanto maior o número de cesáreas prévias, maior o risco de placenta prévia e consequentemente maior o risco de acretismo placentário. Com o aumento do número de cesáreas realizadas, a incidência de acretismo aumentou mais de 20 vezes nos últimos anos e hoje está em torno de uma a cada 2.500 partos. A profundidade da invasão da parede uterina caracteriza a gravidade da doença, sendo a placenta acreta ou acreta vera aquela que se insere profundamente na decídua, a placenta increta a que se insere na musculatura uterina (miométrio) e a placenta percreta a que atravessa a musculatura e se insere na camada mais externa chamada serosa ou até mesmo invade os órgãos adjacentes, o mais comum sendo a bexiga. O acretismo está associado a graves hemorragias no momento do parto, em particular se houver esforços para tentar retirar a placenta. Como o fluxo sanguíneo que chega ao útero é de cerca de meio litro por minuto, o volume de sangue perdido é imenso e muito rápido, o que pode levar a paciente ao choque e até mesmo ao óbito. Portanto, suspeitar do diagnóstico antes do parto é fundamental. Mulheres com cesáreas anteriores e placenta prévia devem ser investigadas pela ultrassonografia pré-natal, com profissional experiente. O diagnóstico ultrassonográfico, complementado pela ressonância magnética, antes do parto, permite que a gestante seja encaminhada a um centro especializado no tratamento cirúrgico desta grave condição. O Instituto de Medicina Materno-Fetal, em parceria com o Hospital Vera Cruz, possui um time especializado, chefiado pelo Dr. Marcelo Luís Nomura com experiência nas cirurgias do acretismo placentário, envolvendo uma equipe multidisciplinar, composta por um especialista em medicina materno-fetal (Dr. Marcelo Luís Nomura), um ultrassonografista (Dr. Kleber Cursino de Andrade), um cirurgião vascular (Dr. Lucas Marcelo Dias Freire), um cirurgião oncológico (Dr. Carlos Eduardo Godoy Junior), um radiologista (Dr. Marcos Marins), um urologista (Dr. Sandro Mendonça de Faria), um anestesista (Dr. Gabriel José Redondano de Oliveira) e uma psicóloga (Dra. Carolina Machado de Godoy). Mais recentemente, tem sido proposta a embolização seletiva das artérias uterinas, procedimento realizado pelo cirurgião especializado em cirurgia endovascular, que tem mudado o prognóstico e os resultados cirúrgicos, prevenindo com eficácia as hemorragias severas e reduzindo as complicações maternas substancialmente. Recentemente, a primeira cirurgia desse tipo em hospital privado na cidade de Campinas foi realizada pela equipe do Instituto de Medicina Materno-Fetal no Hospital Vera Cruz, com excelente resultado e mãe e bebê saudáveis em casa. Dr. Marcelo Luís Nomura Instituto de Medicina Materno-Fetal www.immf.med.br Os textos publicados no website do Hospital Vera Cruz são devidamente assinados e seu autor assume a total e plena responsabilidade pelo conteúdo e fontes de informação. O Hospital Vera Cruz não entra no mérito das matérias assinadas e este website é apenas e tão somente um veículo de comunicação. Matérias assinadas, portanto, não refletem necessariamente a opinião do hospital. 1. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina esquerda pré-embolização 2. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina direita pré-embolização 3. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina esquerda pós-embolização com balão 4. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina esquerda pós-embolização com balão 5. Ressonância magnética da pélvis, corte sagital, demonstrando área de invasão da parede uterina e abdominal (seta) 6. Ressonância magnética da pélvis, corte axial, demonstrando área de invasão da parede abdominal (seta) 7. Ultrassonografia com Doppler mostrando componente vascular placentário invadindo a parede uterina e abdominal

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