Saúde mental na terceira idade: dicas para uma velhice mais feliz! - Blog - Hospital Vera Cruz

30/09/2024

Saúde mental na terceira idade: dicas para uma velhice mais feliz!

O Setembro Amarelo é o mês de conversarmos sobre saúde mental. O tema de hoje é o bem-estar emocional dos idosos. Descubra como ajudá-los a viver a terceira idade com mais alegria.

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Você consegue imaginar em quais momentos da vida as pessoas são mais (ou menos) felizes?

Até a década passada, resultados de pesquisas conduzidas no mundo inteiro identificaram um padrão bastante interessante. Quando perguntadas sobre os ‘níveis de felicidade’, as pessoas costumam responder de uma maneira que poderia ser representada, em um gráfico, com o formato de um ‘U’.

Isto é, as crianças e os jovens diziam que eram super felizes (começo do gráfico), depois a felicidade começava a declinar a partir dos 18 anos e continuava assim ao longo da meia idade, atingindo o valor mínimo perto dos 50 anos (a parte mais baixa do ‘U’), e depois aumentava consistentemente.

Ou seja, a felicidade parecia estar relacionada à pouca ou à muita idade. Parecia fazer sentido. Afinal, crianças pensam no bem-estar atual, têm menos preocupações com o futuro, querem se divertir, são cuidadas e protegidas pelos adultos. Jovens e adultos precisam lidar com as responsabilidades quotidianas, cuidar das crianças (e dos idosos!) e planejar sua própria velhice. Quando se atinge a terceira idade, para muitos é um momento de retornar a menos reponsabilidades e a uma vida mais leve – portanto, mais contente.

Atualmente, esses resultados são bastante debatidos, e pesquisas mais recentes indicam que, talvez, esse ‘U’ não seja tão ‘profundo’ assim (talvez não haja uma queda tão acentuada, no geral, na percepção de felicidade ao longo da vida). Ainda assim, novas pesquisas também indicam que o número de idosos que enfrentam problemas de saúde mental tem aumentado. O que também faz sentido: a população, no geral, tem vivido mais, tem envelhecido mais, e esses anos adicionais nem sempre são acompanhados de estabilidade financeira, emocional ou de saúde.

A Organização Mundial da Saúde estima que, em 2030, 01 a cada 06 pessoas no mundo terá 60 anos ou mais.

Portanto, conforme a população mundial envelhece, é importante estarmos cada vez mais atentos para a saúde mental dos idosos.

Estudos recentes, como uma metanálise realizada em 2021, apontam que a incidência de depressão na terceira idade pode chegar a 30%, um número extremamente elevado (veja referência ao final do texto).

 

Quais os sinais de que um idoso não está feliz?

Envelhecer não é fácil. O processo envolve, muitas vezes, a perda da saúde, de mobilidade, de independência; perda de amigos e parentes; perda do nível de vida. É preciso ser resiliente e adaptável. A tarefa é complexa para qualquer pessoa, mas para os idosos pode parecer quase insuperável. Toda ajuda disponível, nesses momentos, se faz necessária.

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Para quem convive ou cuida de idosos, existem alguns sinais que podem indicar problemas de saúde mental:

 

  • Mudanças bruscas no humor, nos níveis de energia e no apetite
  • Agressividade, irritabilidade ou raiva frequentes
  • Dificuldade de se concentrar ou de se lembrar de fatos
  • Dificuldade de adormecer (ou dormir demais, não tendo vontade de levantar-se da cama)
  • Uso maior de medicamentos, álcool ou cigarro
  • Sentimento exacerbado de culpa ou de falta de valor
  • Aumento de dores de cabeça, dores estomacais ou desconfortos no geral

 

Sabe-se que sintomas de ansiedade e depressão são mais comuns em pessoas que:

 

  • possuem problemas de saúde crônicos, como doenças cardiovasculares ou câncer,
  • pacientes que estão com limitações de movimento;
  • em quem tem problemas de sono.

 

Todos esses fatores, infelizmente, são bastante comuns conforme se envelhece, e não é à toa que muitos velhinhos não possuem uma boa saúde mental. Ainda assim, há pontos que contrabalanceiam estas questões.

 

Dicas para uma velhice com a saúde mental fortíssima

Apesar dos desafios que a terceira idade impõe, é possível curti-la de maneira simples, leve e saudável, tanto para o corpo quanto para a mente.

Existem alguns hábitos que, comprovadamente, ajudam a melhorar o bom humor e manter a mente afiada, especialmente conforme se envelhece. Confira-os abaixo:

🌳 Aproveite a natureza: uma das ‘vantagens’ das idades avançadas é a aposentadoria, com mais tempo livre no dia a dia. Caso o idoso consiga se movimentar, uma dica é aproveitar o sol e passear ao ar livre, especialmente em zonas verdes ou próximas à natureza. Pesquisas indicam que até mesmo ouvir o canto de pássaros ajuda a reduzir os sintomas de ansiedade e de depressão. A vitamina D gerada pelo sol faz um bem enorme para a saúde, assim como o exercício físico envolvido na caminhada.

🫂 Aproveite os amigos: ter companhia é um dos fatores mais importantes para a saúde mental. Poder compartilhar momentos, memórias e situações com colegas e amigos aprimora o bem-estar, tanto físico quanto mental. Pesquisas indicam que idosos solitários são mais propensos a diversos problemas cognitivos, como demência, e apresentam índices gerais de saúde piores do que a média.

🎮 Estimule a cabeça: uma velhice na frente da televisão é sinônimo de problemas de saúde mental! Conforme se envelhece, aumenta a relevância de participar de atividades mentais diversas e recorrentes, a fim de estimular o cérebro e manter-se ativo por longos anos. Não basta apenas ler e se informar – é necessário, também, tentar aprender algo novo, como cozinhar, um idioma, tirar fotos, realizar atividades manuais. Não basta apenas ter a companhia de parentes em casa – é importante também conversar com novas pessoas, reencontrar amigos, participar de grupos. Quanto mais variado for o ‘cardápio’ de atividades intelectuais, melhor para a mente e o humor.

⛹ Estimule o corpo: qualquer atividade que o idoso possa fazer é de grande valia para a saúde. Movimento é sinônimo de um corpo mais saudável, assim como de uma mente fortalecida. Seja uma caminhada, seja um exercício físico leve ou até mesmo tarefas quotidianas do dia a dia, elas ajudam a manter músculos ativos, melhoram o equilíbrio, aumentam a disposição, os níveis de energia e o apetite, favorecem um bom sono e melhoram o humor, assim como reduzem os níveis de depressão e de ansiedade.

🛌 Cuide de todos os aspectos da saúde: como vimos acima, um dos fatores de risco para a depressão é ter uma doença crônica. Para boa parte das mais comuns – como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares –, manter bons hábitos de vida é uma medida preventiva de grande impacto. Mesmo na velhice, manter-se ativo, alimentar-se bem, dormir bem e realizar consultas médicas regularmente são formas de o corpo permanecer jovem, vivo e contente por mais tempo.

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Acima de tudo, é bom reforçar que problemas de saúde mental, como a depressão, não são uma consequência do envelhecimento! São, isso sim, condições de saúde que podem ser prevenidas e tratadas, assim como quaisquer outras doenças que afetam essa faixa etária.

Caso perceba que um idoso perto de você está passando por momento difíceis, busque escutá-lo e estimule o diálogo. Uma das partes mais importantes do cuidado com a saúde mental é convencer o idoso a conversar sobre o assunto. Encoraje-o a pedir ajuda, a se abrir. Isso é muito importante.

A saúde mental em idosos pode ser fortalecida, muitas vezes de maneira surpreendentemente rápida. Pessoas próximas e, especialmente, profissionais de saúde podem ajudar nesse desafio. Tratamentos variam de pessoa para pessoa, e podem envolver medicamentos, terapias, mudanças nos hábitos de vida ou simplesmente uma boa e profunda conversa. É necessário dar aos idosos a perspectiva de que existe conhecimento, tecnologia e suporte hoje em dia para que eles possam viver uma velhice plena, superar os desafios da idade com sucesso e ter a melhor qualidade de vida possível.

 

A velhice é um momento especial na vida. Aproveitá-lo com qualidade – e, sempre que possível, também com felicidade – deve ser um objetivo de todos nós.

 

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20 de abril

A Depressão tem Prevenção e Tratamento

A batalha contra a tristeza  A depressão é uma doença cuja importância pode ser avaliada pelos inúmeros estudos científicos realizados em vários países. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a depressão atinge atualmente 4,4% da população mundial, sendo aproximadamente 5,8% de brasileiros (ou seja, 11,5 milhões de pessoas). A depressão pode, a partir de momentos de crise, tornar-se patológica ou acontecer em reação às situações de intenso sofrimento emocional. A instalação de uma forma ou outra é o que representará o sucesso ou o fracasso na elaboração de perdas significativas. O serviço de Psicologia do Hospital Vera Cruz tem como foco principal o atendimento psicológico direcionado aos pacientes e seus familiares, e é realizado de forma multidisciplinar – equipes médica, enfermagem, nutrição, serviço social, e fisioterapia motora e respiratória. Neste serviço há uma atenção especial à depressão, pois é evidente que seus sintomas podem ser agravados em uma internação hospitalar, ou ainda, podem ser iniciados dependendo da doença orgânica e do seu tratamento. Tanto o paciente pode desenvolver a doença, quanto seus familiares, principalmente em familiares de bebês, crianças, adultos com doenças crônicas ou em cuidados paliativos e nos casos de tratamentos mais invasivos. Dentre os sintomas mais comuns estão a tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, distúrbios do sono ou do apetite, bem como a sensação de cansaço e falta de concentração. Pode-se imaginar o que é sentir estes sintomas tão aflitivos junto a um diagnóstico de doença grave, do próprio paciente ou do ente querido. O atendimento psicológico prioriza o cuidado ético, acolhedor e afetivo. Visa o fortalecimento de recursos psíquicos com o objetivo de amparar o sofrimento, bem como os sentimentos de solidão, desamparo e angústia. Talvez seja possível pensar o cuidado oferecido pelo psicólogo como uma forte parceria, onde junto ao paciente trava-se uma intensa batalha, afim de tornar viável o enfrentamento e a elaboração deste estado, e a conquista do sentimento de esperança. A depressão tem prevenção e tratamento. Equipe de Psicologia – Hospital Vera Cruz Gabriel Banzato Gisele A. do P. Bazi Marina C. Verri

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