Encontre dicas de profissionais do Vera Cruz para ajudar quem está passando por problemas de saúde mental, em especial a ansiedade e a depressão.
O Brasil é um dos países mais estressados, ansiosos e ‘esgotados’ do mundo. Será que você conhece alguém que faz parte desta estatística?
Estamos quase sempre no topo dos rankings globais de problemas de saúde mental, das listas criadas pela Organização Mundial da Saúde até aquelas divulgadas pelo Google, com base em termos de buscas realizados em todo o mundo.
O brasileiro é quem mais pesquisa sobre ‘ansiedade’ no Google, por exemplo. Está na hora de nos cuidarmos. Em 2024, a saúde mental precisa ser um dos focos de atenção para todos nós.
Quantos brasileiros estão com ansiedade ou depressão?
Em junho do ano passado, o governo federal divulgou os dados do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), que entrevistou 9.000 pessoas em todo o país.
Segundo a pesquisa, 26.8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade – são mais de 54 milhões de pessoas afetadas no país. A faixa etária mais comprometida é a de jovens entre 18 e 24 anos – mais de 30% deste público relatou ter ansiedade. Além disso, 12.7% da população afirma ter recebido diagnóstico médico de depressão.
Aliás, o ano já começa com a saúde mental em grande destaque. O início do ano celebra os 10 anos da campanha Janeiro Branco, que divulga, ao longo do mês inteiro, materiais informativos sobre o tema e ajuda a promover o equilíbrio entre corpo e mente.
O Vera Cruz participa da campanha: estamos divulgando, aqui no Blog e em nossas redes sociais, materiais de apoio, com foco na ansiedade e na depressão. Falaremos mais sobre eles adiante.
Em especial, queremos conversar sobre como ajudar pessoas que estão passando por episódios de ansiedade, de estresse e depressão. Afinal, aqui no Brasil, é muito provável termos um amigo, um parente, uma pessoa amada que esteja sofrendo e com dificuldades de lidar com a saúde mental. Nós mesmos podemos estar neste grupo. Entendendo o problema, fica mais fácil buscar ajuda e combatê-lo.
Ansiedade
O que é?
A ansiedade é o distúrbio mental mais prevalente no mundo. A Organização Mundial da Saúde estima que afeta mais de 300 milhões de pessoas.
A ansiedade é caracterizada por uma preocupação ou medo excessivo com relação a uma situação específica (relacionada ao trabalho, a eventos sociais, à vida pessoal, por exemplo) ou a eventos mais gerais do dia a dia. É comum os sintomas surgirem durante a infância e a adolescência, mas podem, também, aparecer pela primeira vez durante a vida adulta. Eles costumam perdurar por bastante tempo – até mesmo meses.
Quais são os sintomas?
É relevante notar que ansiedade e depressão são distúrbios diferentes, porém semelhantes em diversos aspectos. Inclusive, pessoas com ansiedade são mais propensas a terem depressão. Mais abaixo, você encontrará a lista dos principais sinais da depressão. Aqui, focaremos nos sintomas mais associados à ansiedade.
Eles incluem:
- Sensação constante de irritabilidade, tensão ou inquietação
- Grande dificuldade em tomar decisões
- Dificuldade de concentração
- Dificuldade para dormir
- Sentir palpitações no peito
- Sentir náuseas ou desconforto abdominal
- Sentir-se em perigo iminente, ou que algo de muito ruim está sempre prestes a acontecer
Como ajudar alguém com ansiedade?
Você sabe como ajudar alguém em um momento de crise de ansiedade ou crise de pânico? A Dra. Karina Barbi, psiquiatra do Vera Cruz Hospital, traz algumas dicas.
“A principal dica – a melhor dica – é não se desesperar junto com a pessoa”, indica a médica. “É preciso entender que a pessoa está passando por uma crise e agir de acordo, ficando ao lado dela e ajudando a acalmá-la. Nesse sentido, algumas sugestões são falar com ela em tom calmo e orientar a respirar fundo; também colocar a mão no ombro ou no corpo da pessoa, dar a mão a ela – isso é importante para que a pessoa se sinta segura, sinta que há alguém do lado”.
A psiquiatra também sugere estar atento para possíveis tratamentos que a pessoa já esteja seguindo.
“Se por acaso a pessoa já estiver em tratamento medicamentoso, pode ser que ela carregue junto de si, na bolsa, uma medicação adequada para esses episódios de crise. Então, vale a pena perguntar se este é o caso. Se for, você pode ajudá-la a pegar e administrar o remédio, ficando com ela e esperando a crise passar, dando suporte para que a ansiedade passe mais rápido”.
Conforme orienta a Dra. Karina, ter contato com outras pessoas é de grande valia para quem passa por crises de ansiedade. Isso indica, inclusive, um dos melhores caminhos para melhorar a condição: o acompanhamento psicológico. Conversar com um profissional pode abrir portas de autocompreensão, ajudando a reconhecer e a superar medos, criando coragem para enfrentar desafios e aumentando a confiança em um futuro melhor.
Para casos de ansiedade, algumas estratégias mais ‘pessoais’ – isto é, que a própria pessoa pode seguir – também são muito eficientes. Dentre elas estão:
- Focar a mente em atividades construtivas e que ‘abram horizontes’, como ler mais, meditar e aprender técnicas de respiração e relaxamento muscular
- Iniciar a prática de atividades físicas recorrentes – mesmo caminhadas leves em um parque ou praça já trazem um alívio psicológico enorme
- Evitar o consumo de álcool e de cigarro
- Buscar manter um padrão saudável e regular de sono e de alimentação
Depressão
O que é?
A depressão é um problema comum de saúde mental, que envolve sentimentos negativos e a perda de vontade ou de prazer em realizar atividades. Esses sentimentos se mantêm por muito tempo.
A depressão pode afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, idade ou condição social. As probabilidades são maiores para quem passou por abusos, perdas expressivas ou eventos seriamente estressantes.
Estima-se que pelo menos 3.8% da população mundial tenha vivido algum episódio de depressão, sendo 5% dos adultos e 5.7% dos idosos acima de 60 anos.
Quais são os sintomas?
Um dos principais fatores que diferencia a depressão de outros transtornos psicológicos, assim como de mudanças de humor ‘normais’, é a duração dos sintomas. Pessoas com depressão apresentam sintomas que ocorrem quase todos os dias, por pelo menos 02 semanas. Dentre eles estão:
- Sentir-se triste, irritadiço, ‘vazio’
- Sentir-se constantemente cansado
- Perda de vontade de realizar atividades
- Dificuldade em dormir bem
- Alterações no apetite e no peso
- Falta de esperança no futuro
- Dificuldade em se concentrar
- Ter sentimentos de culpa excessiva
- Baixa autoestima
Estes sintomas, além de causar intensa pressão psicológica, também influenciam negativamente o dia a dia profissional, pessoal e estudantil da pessoa, criando um ciclo vicioso que pode complicar a recuperação. Por isso, saber reconhecê-los e procurar ajuda o quanto antes é algo extremamente importante.
Qual a diferença entre a ansiedade e a depressão?
Ambas as condições são similares, e podem até mesmo ocorrer ao mesmo tempo. Mas, analisando um pouquinho mais a fundo a lista de sintomas tanto da ansiedade quanto da depressão mencionadas acima, é possível perceber nuances relevantes.
A ansiedade está mais relacionada a sentimentos de preocupação, nervosismo e medo de situações futuras – todas estas são sensações normais na vida de uma pessoa, mas se ocorrerem por um tempo excessivo, podem ser sintomas de ansiedade. Já a depressão traz sentimentos de tristeza, falta de esperança, falta de energia para viver – questões, portanto, com fortíssimo impacto psicológico, físico e emocional –, os quais também duram por um longo tempo.
Essas diferenças podem ser percebidas pelo profissional de saúde, que determinará qual o distúrbio que está afetando o paciente e indicará os melhores tratamentos de acordo.
Como ajudar?
Como ajudar alguém com depressão?
O psicólogo Gabriel Banzato, do Vera Cruz Hospital, orienta que o trabalho conjunto de profissionais da saúde é o melhor caminho para auxiliar quem está passando por momentos de depressão.
“Se você estiver com alguém que está diante de um sofrimento extremo, ao qual damos esse nome de ‘depressão’, a forma de auxiliar esta pessoa seria, em primeiro lugar, recomendar que ela busque ajuda profissional”, afirma o médico.
“Essa ajuda profissional começa com o psicólogo, para poder iniciar um processo de psicoterapia que será muito importante para compreender e cuidar do sofrimento. Diante de uma situação mais grave, é muito importante ter o profissional médico psiquiatra também envolvido no cuidado. Psicólogo e psiquiatra trabalham juntos para devolver à pessoa uma situação de vida plena de novo e livre da depressão”, conta o Dr. Gabriel.
A primeira linha de tratamento para a depressão, portanto, é o auxílio psicológico. Já existem diversas técnicas – como a terapia cognitivo-comportamental, a psicoterapia interpessoal e terapia de resolução de problemas – que ajudam a pensar a vida de uma maneira diferente, resolver problemas de forma mais eficiente e que ensinam a lidar melhor com si mesmo e com os outros. Antidepressivos podem ser usados concomitantemente ao tratamento psicológico, nos casos em que a intensidade do sofrimento esteja causando danos mais sérios à vida do paciente.
Vera Cruz comenta!
A Roberta Von Zuben, psicóloga do Vera Cruz Hospital e Vera Cruz Casa de Saúde, comenta o crescente número de casos de ansiedade e depressão, explica como identificar os sintomas iniciais e a importância de buscar ajuda o quanto antes. Acompanhe:
“A crescente preocupação com a saúde mental dos colaboradores tem se destacado como um dos principais desafios no âmbito da gestão de recursos humanos. Atualmente, observa-se um aumento significativo nos índices de afastamento relacionados a questões psicológicas, destacando-se transtornos como depressão, ansiedade e crises de pânico, sendo a maioria destas ligadas ao contexto pós-pandemia.
Desde os primeiros sinais dessas manifestações, que persistem até os dias atuais, é perceptível a necessidade de adotar medidas efetivas para cuidar do bem-estar dos colaboradores. Entre os fatores que contribuem para esse cenário, destacam-se a sobrecarga de trabalho e as sequelas emocionais decorrentes das adversidades enfrentadas durante a pandemia”.
Promovendo a saúde mental
“Nesse contexto, torna-se essencial implementar práticas que promovam a saúde mental, como a realização de atividades físicas, a atenção à alimentação, o lazer e a busca por acompanhamento profissional. O acolhimento psicológico e emocional, juntamente com o suporte familiar, desempenha papéis fundamentais na promoção do equilíbrio emocional dos colaboradores.
A identificação precoce dos sintomas, como insônia, dores de cabeça e pensamentos acelerados, é crucial. A conscientização sobre a importância de procurar ajuda, seja por meio de terapias alternativas ou consultas com profissionais da saúde, é fundamental para iniciar o tratamento adequado. Ressalta-se que superar o estigma e os tabus relacionados à busca por apoio psicológico é um passo significativo na promoção do bem-estar coletivo, tanto no ambiente de trabalho quanto nas relações sociais e familiares.
Nesse sentido, a campanha Janeiro Branco surge como uma oportunidade para reforçar a importância do cuidado com a saúde mental, incentivando a reflexão e a busca por estratégias que promovam o equilíbrio emocional também no âmbito do trabalho“.
Para concluir
Como vimos acima, hoje em dia, com a ajuda de profissionais de saúde, é possível recuperar a clareza e o equilíbrio mental, para uma vida mais leve, esperançosa, produtiva, saudável… feliz.
Para quem passa por momentos de ansiedade ou depressão, existem tratamentos muito eficientes, que auxiliam a pessoa a perceber o que está afetando sua saúde mental e a reorganizar a compreensão de sua vida, para que o dia a dia seja mais prazeroso. Para casos mais graves, há, também, tratamentos medicamentosos – hoje em dia, eles são muito mais ‘focados’ nos problemas do paciente do que no passado, com menos efeitos colaterais e maior eficiência.
Janeiro é o mês em que repassamos a vida e refletimos sobre o futuro. Não nos esqueçamos de que uma das mais importantes análises que precisam fazer é sobre nossa saúde mental. Que dentre os planos e promessas para 2024 estejam sempre estratégias para uma vida mais alegre e leve, com a mente calma e focada em sua própria saúde e bem-estar.