Como parte da Campanha Outubro Rosa 2024, explicamos os principais detalhes sobre a forma de câncer mais prevalente nas mulheres. Saiba como se proteger.
Estamos em outubro, mês de uma das campanhas de saúde mais importantes (e belamente coloridas!) do ano: o Outubro Rosa, focado na saúde da mulher e no combate ao câncer de mama e do colo do útero.
Este ano, o tema da campanha nacional é “Mulher: seu corpo, sua vida”. Anúncios na TV, no rádio e na internet podem ser vistos com frequência, sempre representados pelo símbolo deste ano, que é o ‘autoabraço’. Ele reflete a autoafirmação, o compromisso com a própria saúde e a necessidade da mulher estar sempre atenta ao seu corpo, notando quaisquer sinais que possam indicar problemas e procurando ajuda médica sem demora quando for necessário. Isso é especialmente importante para o câncer de mama, uma doença tratável e com excelentes prognósticos quando é identificada cedo.
“Essa mobilização coloca nós, mulheres, em primeiro plano, respeitando as nossas individualidades e valorizando o ato de observar o próprio corpo. O mês Outubro Rosa vai além da cor rosa, agregando como cores a diversidade dos tons de pele das mulheres brasileiras”, explicou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em evento de lançamento da campanha.
Como veremos abaixo, a evolução médica nas últimas décadas resultou em significativas melhoras nas taxas de cura e de sobrevivência ao câncer de mama. Além disso, pesquisas realizadas em todo o mundo mostraram como alguns fatores de risco podem influenciar na incidência, indicando novos caminhos para o combate à doença. Além do autocuidado e da atenção à saúde, atualmente sabe-se que praticar atividades físicas, manter o peso controlado, alimentar-se de forma saudável, evitar bebidas alcoólicas, não fumar e amamentar (quando possível) são maneiras eficientes e comprovadas de reduzir os riscos de a doença aparecer. Vamos discutir todos estes pontos a seguir.
Incidência do câncer de mama
Aqui no Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer, o INCA, revelam que o de mama é o 2º tipo de câncer mais frequente em mulheres, estando atrás em incidência apenas do câncer de pele. Para 2024, são estimados mais de 70 mil novos diagnósticos – uma taxa de 66,5 casos para cada 100 mil mulheres.
Globalmente, o câncer de mama é o câncer mais frequentemente diagnosticado entre as mulheres, com cerca de 2 milhões de casos ao ano. É também a principal causa de morte na mulher por câncer. Os dados podem parecer severos, porém há boas notícias.
Houve grandes avanços médicos e científicos com relação ao diagnóstico e ao tratamento do câncer de mama nas últimas décadas, resultando em crescentes taxas de cura.
A principal delas é que, desde 1970, as taxas de mortalidade vêm caindo, em virtude da melhoria no acesso aos métodos de rastreamento e ao desenvolvimento de terapias mais eficazes.
De acordo com dados do governo norte-americano, em 1975 a taxa de mortalidade era de 31 por 100 mil diagnósticos – esse número caiu para 19 em 100 mil em 2020, uma queda de 40%.
Outro exemplo: foi demonstrado que mulheres com idade entre 40 e 69 anos que participaram de campanhas de rastreamento com mamografia e foram diagnosticadas tiveram uma redução de 60% no risco de morte por câncer de mama em 10 anos, e de 47% em 20 anos, quando comparadas a mulheres que não participaram das campanhas. Em outras palavras: há inúmeros motivos para confiar nos avanços médicos e manter as esperanças.
Quem tem maior risco de desenvolver o câncer de mama?
É importante esclarecer que a maioria das mulheres compõe o grupo de risco habitual para desenvolvimento do câncer de mama ao longo da vida – isto é, a maioria das mulheres tem menos de 15% de chance da doença até os 90 anos. As pacientes consideradas de alto risco correspondem a cerca de 10% dos casos. Estas são as mulheres que, primordialmente, têm a doença diretamente relacionada a fatores genéticos pessoais e familiares.
De qualquer maneira, ter um fator de risco definitivamente não significa a certeza de desenvolvimento de um câncer. Conhecer esses fatores de risco, no entanto, ajuda na prevenção e rastreamento precoce.
“Ter um fator de risco definitivamente não significa a certeza de desenvolvimento do câncer”
Além do mais, é importante salientar que esse risco pode ser modificado por fatores demográficos, ambientais e de estilo de vida. Assim, podemos intervir e alterar a chance de desenvolvimentodo câncer.
Por exemplo, a obesidade (IMC>= 30kg/m2) na pós-menopausa está associada a aumento do risco de câncer de mama. Uma das potenciais razões seria o aumento da produção de hormônio feminino (estradiol) pelo tecido gorduroso subcutâneo. Manter um peso adequado, combater o sedentarismo, reduzir o consumo de álcool e evitar o tabagismo podem mudar o rumo da história.
A maioria dos cânceres de mama tem seu desenvolvimento estimulado pela própria condição hormonal do corpo. Dessa forma, mulheres que tiveram um longo tempo de exposição ao estrógeno ao longo da vida (menarca precoce, menopausa tardia, ausência de gestação, primeira gestação tardia, ausência de amamentação, terapias longas de reposição hormonal) tem um maior risco de desenvolver câncer de mama.
A importância da mamografia no combate ao câncer de mama
A mamografia é o principal exame para a promoção do diagnóstico precoce do câncer de mama. Ela é capaz de detectar o câncer muito antes de ele ser clinicamente palpável – aproximadamente 1,5 a 4 anos antes. Por isso, é recomendado pela maioria das sociedades médicas do mundo que seja realizada anualmente, a partir dos 40 anos de idade.
Para um exame de qualidade, apesar do desconforto, é imprescindível uma adequada compressão da mama, visto que esse processo aumenta o contraste na obtenção da imagem, reduz a dose de irradiação, diminui erros gerados pela movimentação da paciente e minimiza a superposição de tecidos, melhorando a qualidade diagnóstica.
Sinais e Sintomas
Os principais sinais e sintomas do câncer de mama são:
- nodulação (caroço) endurecida, geralmente única, de bordos irregulares e indolor;
- pele avermelhada, retraída ou parecida com “casca de laranja”;
- alterações no mamilo (retração; saída de líquido anormal);
- pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
Existem mais de 32 milhões de sobreviventes de câncer de mama no mundo. Esses números aumentarão nos próximos anos, com a crescente e contínua melhoria dos tratamentos, bem como o aumento da expectativa de vida pós-tratamento e envelhecimento da população.
Mantenha-se sempre alerta com sua saúde e não deixe de realizar os exames periódicos. Quanto antes qualquer problema for identificado, maiores e melhores são as chances de uma recuperação rápida e de uma longeva saúde.
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