Tudo sobre a doação de medula óssea! - Blog - Hospital Vera Cruz

19/12/2022

Tudo sobre a doação de medula óssea!

Na Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, entenda a importância do procedimento, como ele é feito e quais são os passos para ser um doador.

 

De 14 a 21 de dezembro, pertinho do Natal, o Brasil se mobiliza para aumentar as doações do maior presente que existe: a vida. Afinal, estamos na Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, data instituída pela Lei nº 11.930, de 22 de abril de 2009, e que celebra um dos mais belos atos de generosidade possíveis.

Ao longo dessa semana, diversas instituições públicas e privadas promoverão campanhas de esclarecimento, educação e conscientização sobre a doação de medula óssea, um tema que ainda gera algumas dúvidas na população, e sobre a importância dos doadores manterem seu cadastro atualizado no REDOME (Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea).

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Venha conosco compreender a importância do REDOME, o que é exatamente a doação de medula óssea, como ela funciona e quais tipos de pacientes ela ajuda.

 

Por que a doação de medula óssea é importante?

Doar medula óssea é importante porque salva vidas, e é o único tratamento viável para diversas doenças bastante complexas. Para algumas delas, inclusive, a doação é sinônimo de cura.

Existem cerca de 80 doenças que podem ser tratadas pela doação de medula óssea, sendo as principais:

  • Leucemia
  • Linfomas
  • Anemia falciforme
  • Mieloma múltiplo
  • Doenças do sistema imunológico

Mas, afinal, o que é a medula óssea? A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso encontrado no interior de alguns ossos. Esse tecido é popularmente conhecido como “tutano”. É na medula óssea que estão as células-tronco hematopoiéticas. Essas células especiais são capazes de se diferenciar em diversos tipos celulares que compõe o sangue, como leucócitos (células de defesa), hemácias (transportam oxigênio) e plaquetas (responsáveis pela coagulação, evitando grandes sangramentos). Na doação de medula, as células-tronco são coletadas, filtradas e depois transplantadas para a pessoa doente, permitindo que seu corpo volte a trabalhar com todos os ‘componentes’ sanguíneos adequados e saudáveis.

Como o transplante envolve componentes superespecíficos do corpo humano, é necessário testar se há compatibilidade entre doador e paciente. Em termos de probabilidades, as chances de duas pessoas não-relacionadas por parentesco serem compatíveis entre si não são muito altas – cerca de 1 em 100 mil. Por isso, ter um amplo cadastro de doadores, como veremos abaixo, é fundamental.

Entre parentes, esta proporção melhora significativamente. Irmãos com mesmo pai e mesma mãe têm 25% de chances de serem compatíveis.

Aqui no Brasil, o número de doadores voluntários é tão significativo que 64% das pessoas que precisam de medula óssea encontram alguém compatível, via o banco de dados REDOME.

 

Conheça o REDOME – uma das maiores redes de doação do mundo!

O brasileiro é solidário quando o assunto é doação! O cadastro brasileiro de doadores voluntários de medula óssea é o 3º maior do mundo (e o maior com financiamento 100% público), com mais de 5,5 milhões de inscritos em 2022. Cerca de 280 mil novos doadores são adicionados à lista todos os anos.

O cadastro, criado em 1993, ajuda a coordenar informações sobre doadores e pacientes que precisam receber a doação, e é gerido pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), no Rio de Janeiro.

O REDOME guarda informações de contato, de saúde e genéticas dos doadores. Assim que um potencial ‘match’ entre doador e paciente é feito, a equipe do REDOME entra em contato com o doador, confirmando a vontade e disponibilidade da ação. Se tudo estiver certo, há uma intensa coordenação entre equipes médicas e administrativas, que indicarão ao doador o hospital habilitado mais próximo de sua residência em que a coleta poderá ser feita. Logo após a coleta, as células doadas são transportadas com máxima eficiência até o centro em que o transplante será realizado, beneficiando, assim, pacientes em todo o Brasil.

 

Quero ser doador de medula óssea. O que fazer?

Aqui no Brasil, todo doador voluntário de medula óssea precisa estar cadastrado no REDOME. Então, o primeiro passo para a doação é ir até o hemocentro mais próximo, ali se cadastrar no REDOME e coletar uma amostra de sangue (de 5 a 10mL) para realização do exame chamado de HLA (Antígenos Leucocitários Humanos, na sigla em inglês). O exame determinará as características genéticas que permitirão ‘dar o match’ entre doador e paciente.

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Há 106 hemocentros no Brasil (a maior parte no Paraná, com 24 unidades, em Minas Gerais, com 20, e em São Paulo, com 14 hemocentros), e você pode acessar o link abaixo para descobrir qual deles é o mais próximo à sua residência.

 

Quem pode doar? Podem ser doadores de medula óssea adultos entre 18 e 35 anos de idade, com bom estado geral de saúde e sem nenhuma doença impeditiva (mais sobre isso a seguir). Na visita ao hemocentro, leve um documento de identificação oficial com foto.

Até o ano passado, adultos de 18 a 55 anos podiam se cadastrar no REDOME. A Portaria nº 685, de 16 de junho de 2021, alterou a idade limite para 35 anos. O voluntário fica na lista de como potencial doador até completar 60 anos.

Algumas doenças, seja por suas causas, pelos efeitos no corpo ou pelos medicamentos utilizados para combatê-las, impedem a doação de medula. Dentre elas, alguns exemplos são AIDS, hepatite e doenças autoimunes. O REDOME possui uma página com informações completas sobre quais condições de saúde permitem ou não a doação. É interessante notar que há várias ‘exceções’ na lista: por exemplo, apesar do câncer normalmente ser um impeditivo, alguns tipos de câncer de pele e de colo de útero não impedem doar. Portanto, não deixe de verificar no site do REDOME se você se adequa ou não às precondições!

 

Existem 02 formas de doar medula óssea

Até alguns anos atrás, a doação de medula óssea era sinônimo de um procedimento cirúrgico, em que o doador era anestesiado e punções eram feitas nos ossos da bacia. Esse procedimento ainda existe e é realizado, mas já existe uma segunda alternativa, bem menos invasiva (por outro lado, um pouco mais demorada).

A depender tanto das condições do doador quanto das necessidades do paciente, a equipe médica responsável pela doação determinará qual das duas estratégias deverá ser adotada.

DOAÇÃO VIA CIRURGIA (PUNÇÃO): o doador é anestesiado em centro cirúrgico e geralmente fica internado por 24 horas, para observação. O procedimento é indolor e dura cerca de 01 hora. Funciona assim: após anestesia, punções são feitas nos ossos da bacia, permitindo que 500 a 700 mL de medula óssea sejam extraídos. Esses ossos da bacia são escolhidos porque são de fácil acesso e porque possuem a maior quantidade de medula óssea, assim como de células saudáveis.

O procedimento oferece baixos riscos (os riscos estão relacionados mais à anestesia do que ao procedimento em si) e permite recuperação rápida. O doador pode sentir dores ou desconforto muscular no local da punção, tratáveis com analgésicos tradicionais, e na grande maioria dos casos está completamente recuperado em 01-02 semanas. Em apenas 15 dias, a medula do doador está 100% recuperada.

Uma das “lendas” mais comuns sobre a doação é que ela poderia causar danos à movimentação do doador, já que se estará “mexendo com a medula”. Então, é importante saber que medula óssea e medula espinhal são coisas completamente diferentes! A medula espinhal fica no interior da coluna vertebral e é responsável por transmitir sinais do sistema nervoso – ela não é afetada de maneira alguma pela doação de medula óssea! A punção nem chega perto dela. Em outras palavras: problemas motores ou nos nervos não são, definitivamente, sequelas da doação de medula óssea.

 

DOAÇÃO VIA COLETA DE SANGUE (AFÉRESE): outra maneira de doar medula é extraindo as células-tronco diretamente do sangue. Trata-se de um método mais moderno e menos invasivo, útil em determinados casos. Para tanto, o doador recebe, durante 05 dias, medicamentos que estimulam a migração dessas células da medula para o sangue. Depois, o sangue é coletado como se fosse em um exame de sangue tradicional, porém um pouco mais demorado, já que envolverá a filtragem das células de interesse – o procedimento, no total, dura de 04 a 06 horas.

Nesse caso, não é necessária anestesia e nem internação. O efeito colateral mais comum são dores no corpo, leves e que passam com a ajuda de analgésicos.

 

Neste final de ano, em que sentimentos de companheirismo, generosidade e gratidão abundam, uma das melhores maneiras de agradecer é doar. A doação de medula óssea pode salvar uma vida, não traz riscos a quem doa e é um dos maiores gestos de atenção ao próximo que existem. Aproveite esta semana especial para se informar sobre o tema, tirar suas dúvidas e incluir o seu nome no cadastro do REDOME!

 

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