Proteja-se nesse verão do tipo de câncer mais prevalente. Saiba como evitá-lo, reconhecer os sinais e quando procurar ajuda médica.
Com a chegada do verão no Brasil – que costuma ser tórrido e com dias com altíssima incidência de radiação solar -, aumenta a necessidade de conscientização sobre o câncer de pele. Este é o tipo de câncer mais comum, tanto no país quanto ao redor do mundo. Por aqui, mais de 30% de todos os novos diagnósticos anuais de câncer são de pele (isso corresponde a mais de 185 mil novos casos todos os anos). O sol é sinônimo de vida – porém, como tudo o que é bom, também precisa ser ‘dosado’, a fim de evitar os riscos que o excesso pode trazer.
O câncer de pele pode se apresentar das formas mais diversas pelo corpo. São manchas de formatos, cores e texturas diferentes, que podem surgir em qualquer parte da pele – afetando, inclusive, regiões nem sempre correlacionadas com esse tipo de doença (como veremos a seguir, há uma forma bem perigosa de câncer de pele que atinge as unhas, por exemplo).
Aproveitando o calor do verão, vamos rever os principais sinais de câncer de pele e, depois, aprender algumas curiosidades nem sempre mencionadas (mas ainda assim de alta relevância) sobre como se proteger e identificar a doença.
Relembrando os sinais e sintomas do câncer de pele
A melhor maneira de identificar o quanto antes um câncer de pele é visitar periodicamente um dermatologista. Ele fará uma ‘vistoria’ completa do corpo em busca de sinais potencialmente perigosos, podendo identificar a doença mesmo em seus estágios iniciais.
Para grupo de risco (pessoas de pele clara, de olhos claros, com histórico de casos na família, quem trabalha exposto ao sol etc), indica-se uma visita a cada 06 meses (ou na periodicidade que o dermatologista sugerir).
Em casa, é possível ficar de olho em sinais e sintomas que exigem atenção. A dica é usar o espelho do banheiro para analisar periodicamente o próprio corpo, dando especial atenção às pintas. Conheça a quantidade, o formato e o tamanho delas em seu corpo (especialmente aquelas das costas, às vezes difíceis de serem enxergadas sem um pequeno esforço!). Caso perceba pintas pretas ou castanhas que mudem de cor ou textura, que cresçam de tamanho ou que adquiram bordas irregulares, agende uma visita ao dermatologista.
Além disso, é importante estar atento a lesões de pele (manchas, feridas) que não cicatrizam e que crescem continuamente. Elas podem coçar, formar crostas e sangrar com facilidade.
Novas lesões de pele que pareçam ter uma crosta central, que sangrem e que apresentem aparência elevada e brilhante também precisam ser analisadas por um profissional. Vale notar que elas podem adquirir tonalidades diversas (avermelhadas, castanhas, multicoloridas), não sendo necessariamente escuras.
Câncer de pele: tome cuidado com estes pontos de atenção nem sempre conhecidos!
‘Cobertura’ na praia
Ficar debaixo de um guarda-sol nos dias de praia ou piscina é uma medida básica para se proteger da radiação solar. Todavia, o que nem todo mundo sabe é que eles dificilmente bloqueiam 100% dessa radiação. Usar proteção (roupas, protetor solar) mesmo debaixo deles, portanto, é uma medida importante.
E note-se que nem todos os guarda-sóis são iguais! Aqueles produzidos em algodão ou lona absorvem cerca de 50% da radiação ultravioleta. Ou seja, apesar de bloquearem os raios do sol, eles não impedem que a perigosa radiação atinja a pele. Os de nylon são muito piores: estima-se que eles bloqueiem apenas 5% dos raios UV.
Para quem já teve câncer de pele antes…
Uma orientação é tomar ainda mais cuidado com a saúde da pele. A remoção de um tumor, mesmo que pequeno e benigno, não é garantia de que ele não aparecerá novamente. O dermatologista dará especial atenção à região onde ocorreu a remoção. A recorrência de carcinomas escamosos em zonas como orelhas, nariz e lábios é relativamente comum até 02 anos após uma cirurgia de remoção, por exemplo, por isso atenção especial é necessária.
Fique atento ao padrão
A dica é conhecer o próprio corpo – de frente e de costas, ‘decore’ o padrão de pintas e cheque-o periodicamente, em busca de qualquer mudança! Utilize 02 espelhos e preste especial atenção às costas.
Pintas que ‘fujam’ do padrão podem ser sinais de melanomas. Por exemplo, se você possui pintas que normalmente são pequenas e escuras, e no meio delas perceber uma maior, de cor diferente (às vezes mais clara, às vezes avermelhada), procure um dermatologista. Outro exemplo: você pode ter um padrão de pintas pequenas e escuras, e dentre elas surge uma menor, mais clarinha, fugindo do padrão. Também pode ser um sinal de doença, e vale uma consulta médica.
Olhe também para as unhas
Sabia que o melanoma também pode afetar as unhas? Há dois sinais importantes a serem considerados: a presença de uma ‘linha’ escura, vertical (este ponto é importante, além de ser facilmente distinguível), em uma unha da mão ou dos pés, com diferentes colorações de preto ou marrom; e sua largura (se tiver mais de 3mm, é um sinal de maior gravidade). É comum esse tipo de sinal ser confundido com micoses ou com resultado de ferimentos/’batidas’ nos pés, mas o padrão descrito acima pode indicar também um melanoma.
Espinhas recorrentes
Um dos tipos de câncer de pele – o carcinoma basocelular, o mais comum e prevalente – pode adquirir uma aparência similar a uma espinha, translúcida, da cor da pele ou rósea, que não some ou que, quando desaparece, logo retorna exatamente no mesmo lugar. Caso tenha uma ‘espinha’ que não suma em 02 ou 03 semanas, ou que sempre volte a aparecer na mesma posição, vale uma consulta médica.
Reforça-se que o dermatologista é o especialista que poderá diagnosticar corretamente e com confiança quaisquer sinais e sintomas de câncer de pele. Muitos desses sinais são comuns a outros problemas de saúde (as ‘espinhas’ recorrentes, por exemplo, podem muito bem ser apenas espinhas, ou resultado de alguma dermatite de contato); todavia, é preciso saber que eles podem, também, indicar doenças mais graves, como o câncer de pele, por isso a verificação periódica por um profissional é tão importante.
Nesse verão, a dica é não deixar a saúde de lado em momento algum – mesmo quando o sol brilha lá fora e a vontade de se bronzear é forte! Lembre-se que o câncer de pele é o tipo mais comum dentre todos dessa doença, e que pode ser extremamente perigoso. Não custa nada se proteger e aproveitar o sol de maneira ‘dosada’ e consciente. Afinal, é possível se bronzear e, ao mesmo tempo, garantir uma saúde ‘dourada’ agora e no futuro.