Cada vez mais idosos vivem com diabetes tipo 1 – e a expectativa de vida aumentou! - Blog - Hospital Vera Cruz

26/06/2024

Cada vez mais idosos vivem com diabetes tipo 1 – e a expectativa de vida aumentou!

Estudo analisou o impacto global do diabetes tipo 1 na saúde dos idosos, de 1990 a 2019, e mostra como houve redução de mortalidade nas últimas décadas.

HVC - Blog -- Idosos e Diabetes Tipo 1 - Capa

 

O diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo moderno. Estimativas recentes indicam que 01 a cada 10 adultos está com a doença – essa proporção pode subir para 01 a cada 09 adultos já em 2030, e para 01 a cada 08 adultos em 2045.

Existem, basicamente, 02 tipos de diabetes: o diabetes tipo 1 e o tipo 2. O tipo 2 é o mais comum (~90% dos casos), usualmente diagnosticado na vida adulta. Em termos bem gerais, está relacionado à incapacidade do corpo de processar corretamente os açúcares obtidos pela alimentação. Já o tipo 1 ocorre quando o corpo não é mais capaz de produzir insulina, hormônio essencial no controle do açúcar no sangue. Nesses casos, diariamente a pessoa precisa receber injeções de reposição do hormônio.

O tipo 1 corresponde a cerca de 10% dos casos de diabetes e é diagnosticado, na enorme maioria dos casos, logo na infância. É, também, o tipo mais ‘complicado’, já que exige muito cuidado no tratamento e monitoramento constante, diário, da glicemia.

 

O diabetes tipo 1 e a expectativa de vida – qual a influência?

Até algumas décadas atrás, o diabetes tipo 1 era correlacionado a uma expectativa de vida menor. Isso porque, como vimos, o controle da doença é bastante complexo, exigindo injeções de insulina no momento certo, todos os dias, na quantidade adequada, além de constante acompanhamento médico. E isso durante toda a vida.

Felizmente, nos últimos anos, avanços nos tratamentos permitiram um controle facilitado da doença (as bombas de insulina, equipamentos que controlam o fluxo do hormônio no sangue de forma automática, são um exemplo de revolução moderna), garantindo maior segurança e qualidade de vida.

Hoje, é cada vez mais comum vermos idosos com diabetes tipo 1, levando uma vida normal e com a glicemia bem controlada.

Um novo estudo ilustrou como os avanços no tratamento do diabetes tipo 1 têm impactado a vida dos idosos nos últimos 30 anos. Publicado neste mês de junho no periódico científico BMJ, o artigo analisou dados de saúde de adultos com 65 anos de idade ou mais, de 204 países e territórios, durante o período 1990 a 2019. O Blog do HOSPITAL VERA CRUZ resumiu os principais resultados a seguir:

 

O diabetes tipo 1 em idosos: dados de 1990 a 2019

Nesses últimos 30 anos…

 

  • a prevalência de diabetes tipo 1 em idosos aumentou 180%, saltando de 1.3 milhão para 3.7 milhões de casos;
    • esse aumento é também decorrente de um número maior de diagnósticos sendo realizados nas últimas décadas.
  • A proporção de idosos entre os portadores de DM1 tem aumentado. Em 1990, 12% de todas as pessoas com DM1 eram idosos, subindo para 17% em 2019.
  • A prevalência global da doença em idosos com 90 anos ou mais aumentou 5x nos últimos 30 anos;
  • Talvez o dado mais importante seja este: houve uma queda significativa na mortalidade de idosos por causa do diabetes tipo 1 no período, de 25%. Em 1990, foram registrados 4.7 falecimentos em 100 mil casos; em 2019, foram 3.5 em 100 mil. A queda foi maior entre mulheres e nas regiões com melhores índices sociodemográficos.

HVC - Blog -- Idosos e Diabetes Tipo 1 - Dados 30 anos

De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo, os resultados mostram que, hoje, o diabetes tipo 1 não precisa mais ser um fator negativo na expectativa de vida de um idoso, dados os avanços na Medicina e farmacológicos ocorridos nos últimos anos. Ainda há desafios significativos a serem superados – como controlar de forma mais efetiva a glicemia de jejum – porém é inegável que avanços de alto impacto já foram conquistados.

Apesar do diabetes ainda ser extremamente prevalente – e, se as estimativas estiverem corretas, ser ainda mais comum nas próximas décadas –, a evolução nos tratamentos tem garantido mais saúde e mais anos de vida aos pacientes. Mesmo os casos mais complexos, como os de diabetes tipo 1, têm visto melhoras significativas em termos de qualidade e expectativa de vida. O diabetes pode, ainda, não ter uma cura definitiva, mas certamente é melhor ter a doença hoje do que apenas alguns anos atrás.

HVC - Perfis de Médicos - Posts - Dr Marcelo Mirando

 

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