A inteligência artificial é um dos assuntos mais ‘quentes’ do momento, e o Vera Cruz está na vanguarda dessa revolução! Entenda como a tecnologia já impacta a Medicina.
Recentemente, o Vera Cruz Medicina Diagnóstica realizou uma renovação de seu parque tecnológico. Dentre as novidades está uma nova máquina de tomografia, mais rápida, segura e eficiente, com menor exposição à radiação, melhor qualidade de imagem e contando com a ajuda da inteligência artificial em todas as etapas do atendimento do paciente.
Já que estamos falando neste tema, muitas pessoas estão curiosas sobre os usos que a inteligência artificial terá na área da saúde. Para ajudar a explicar esse assunto tão oportuno, trazemos aqui um breve painel sobre a IA como suporte para médicos e profissionais da saúde – qual é a realidade e quais são as promessas da tecnologia para o nosso bem-estar?
Inteligência Artificial chegou com força!
A área da saúde está vivendo uma revolução neste exato momento, capitaneada pela inteligência artificial e machine learning. Essas tecnologias guardam inúmeros potenciais: acelerar a descoberta de medicamentos, aprimorar diagnósticos e ajudar a encontrar tratamentos personalizados estão entre eles. Elas já têm sido testadas nos melhores hospitais e centros médicos de todo o mundo.
A rápida evolução da inteligência artificial na medicina: é interessante acompanharmos a quantidade de algoritmos que a Food & Drug Administration (agência regulatória similar à ANVISA) dos Estados Unidos tem liberado nos últimos anos para uso na área da saúde. Cerca de 210 foram aprovados até agora. Entre 2008 e 2017, menos de 10 novos algoritmos foram aprovados por ano. Em 2022, todavia, foram quase 70 (ou 30% do total).
Quando falamos em ‘inteligência artificial’, o termo ‘inteligência’ pode nos levar a pensar em robôs sapientes ou computadores que agem como humanos. ‘Médicos digitais’ que tomariam decisões por conta própria. Mas não é isso o que a tecnologia representa.
Na verdade, a IA pode ser compreendida como programas de computador que estão cada vez melhores em analisar, de forma abrangente e criativa, uma quantidade imensa de dados e informações, identificando padrões e gerando estimativas e conclusões a partir deles.
Isso é especialmente útil em uma área como a da saúde, riquíssima em dados e informações. Grandes revoluções na maneira como doenças são compreendidas (e tratadas) ocorreram nas últimas décadas justamente porque os avanços tecnológicos permitiram não apenas coletar e acumular muitos e muitos dados de saúde, de milhões de pessoas, em todo o mundo, como também analisá-los de forma comparativa.
Os recursos da inteligência artificial são especialmente bons neste tipo de atividade, e as conclusões a que podem chegar em muito superam os limites dos programas atuais de computador, assim como a capacidade humana de comparar um volume tão grande de informações.
Criatividade é o segredo
Além da capacidade de analisar um volume imenso de dados, vale reforçar que boa parte do apelo da IA está na parte ‘criativa’. Você já deve ter testado IA que geram imagens conforme um texto descritivo, por exemplo. Não é necessário especificar exatamente o que você deseja ver, basta uma explicação superficial para ela trabalhar em modelos que atendem aos requisitos. A mesma lógica pode ser usada na Medicina.
Por exemplo, modelos de IA generativa estão sendo testados para criar imagens de ressonância magnética cerebral sintéticas, a fim de auxiliar modelos de análises e diagnósticos a identificar padrões mais facilmente. Modelos similares ao ChatGPT estão sendo testados para ajudar a sintetizar novidades da literatura científica para médicos, analisando as informações de centenas de papers e criando sumários confiáveis para que o profissional tenha informação atualizada e referenciada.
No futuro, como a IA poderá auxiliar na saúde (e será que poderá, de fato)?
Para responder esta pergunta, vamos tomar o processo de desenvolvimento de medicamentos como um exemplo.
Atualmente, estima-se que demore ao menos 08 anos para um novo medicamento começar a ser testado em humanos – e isso a um custo entre 1 e 2 bilhões de dólares para todo o processo. Mesmo assim, apenas 10% desses testes acabam resultando em produtos nas prateleiras. Isso porque o desenvolvimento ainda é muito baseado em ‘tentativa e erro’, desde as etapas iniciais. Havendo um algoritmo capaz de processar uma grande quantidade de dados técnicos – como uma lista de moléculas potencialmente terapêuticas -, cruzando-o com bancos de dados de saúde (uma segunda lista de potenciais alvos para estas moléculas) e criando cenários que indiquem quais as melhores chances de sucesso, poderemos ter medicamentos mais seguros, eficientes e baratos no futuro. Os recursos da IA prometem exceder as expectativas neste tipo de atividade.
A capacidade de processar um grande volume de dados e, em especial, de ser ‘criativo’ na análise, criando diferentes cenários de uso para estas informações, é o que torna a inteligência artificial bastante promissora também na área da medicina personalizada. Já imaginou ter um medicamento modificado especialmente para você, levando em consideração aspectos genéticos, histórico familiar e hábitos de vida? Isso pode ser algo viável em um futuro próximo.
Já imaginou ter um medicamento modificado especialmente para você, levando em consideração aspectos genéticos, histórico familiar e hábitos de vida?
Apesar da empolgação, vale notar: até o momento, ainda há evidências de que a inteligência artificial talvez não seja boa o suficiente para desenvolver medicamentos ou medicina de precisão. Um dia, poderá ser. Hoje, sabe-se que há, sim, usos bastante proveitosos em algumas áreas, como radiologia e patologia. De qualquer maneira, ainda há muito o que ser aprimorado.
Avanços, sim. Mas com o devido cuidado
Devemos lembrar que essa ‘criatividade’ toda que a IA demonstra muitas vezes resulta em ‘alucinações’, ou seja, conclusões que soam realistas, mas que são baseadas em informações incorretas, e isso é absolutamente inaceitável em uma área como a da saúde. Ainda há um bom caminho até que estes problemas sejam sanados.
Outro problema comum da IA é o viés (bias, em inglês). Tudo o que a IA “sabe” vem do volume de dados que ela recebe para análise. Mesmo que seja muito grande, esse ‘pacote’ de informações dificilmente é completo, isto é, representa toda a realidade daquele assunto. Isso porque o custo (em termos financeiros e de processamento) para ‘rodar’ uma IA aumenta de acordo com o volume de conteúdo alimentado, e uma análise detalhada de um material hipercomplexo e denso pode ser caríssima (e, ainda, relativamente demorada). Estamos acostumados com as versões “livres” das IAs, que efetivamente são gratuitas, porém é bom lembrar que fazer tudo isso funcionar é algo extremamente custoso. Por isso, os modelos atuais ainda trabalham com enorme segmentação/filtragem/pré-seleção do conteúdo analisado. Os resultados, portanto, também são recortes da realidade.
Se uma IA for analisar imagens médicas, por exemplo, tentando encontrar padrões que levem a um diagnóstico mais preciso, mas as imagens com as quais foi treinada representem apenas uma parcela da população (apenas homens, digamos), as conclusões possivelmente não poderão ser extrapoladas a toda a população. Apesar de estarmos em 2024, ainda há muitos ‘buracos’ na coleta de dados médicos em todo o mundo, incluindo grupos subrepresentados, o que impossibilita resultados confiáveis pelas IAs.
Sem contar tudo isso, para o desenvolvimento de soluções em Medicina, é muito provável que os modelos de inteligência artificial incorram em questões de direitos autorais ou de permissão de uso de dados privados/patenteados/privados. Ainda não há segurança jurídica para estes casos.
IA é uma auxiliar!
O mais importante a concluir é que a Inteligência Artificial veio para ficar. Trata-se da maior revolução tecnológica do século, com inúmeros potenciais e que, certamente, mudará a vida de todos nós um pouquinho mais a cada ano.
A área da Saúde, incluindo a Medicina, é uma em que a IA mais poderá ajudar. Algoritmos hipercapazes e eficientes já estão auxiliando os profissionais de saúde a ter uma visão mais precisa e detalhada da saúde do paciente. No futuro, as IAs possivelmente poderão ser ainda mais úteis, confiáveis e proveitosas.
E é justamente aí que surge o melhor dos mundos: os médicos ‘reais’, com o olhar ‘humano’ e a visão abrangente que a medicina personalizada exige, auxiliados por algoritmos avançados e que tornam o dia a dia no consultório mais eficiente e direcionado, seja para o profissional, seja para o paciente. Como resultado, melhores tratamentos e mais qualidade de vida para todos nós. Essa é a verdadeira missão da IA – ser capacitadora do melhoramento humano.
Comece a fazer parte desta revolução! Aproveite todos os benefícios das novas tecnologias médicas aqui no Vera Cruz.
Para saber mais:
- FDA: Artificial Intelligence and Machine Learning (AI/ML)-Enabled Medical Devices – https://www.fda.gov/medical-devices/software-medical-device-samd/artificial-intelligence-and-machine-learning-aiml-enabled-medical-devices