Ronco, telefone, COVID: impactos na hora de dormir (e como isso afeta a sua saúde!) - Blog - Hospital Vera Cruz

10/08/2022

Ronco, telefone, COVID: impactos na hora de dormir (e como isso afeta a sua saúde!)

Você está dormindo bem? E quanto tempo você separa para dormir? Você dorme sozinho(a) ou acompanhado(a)? Saiba as últimas descobertas científicas sobre o que influencia o sono e seus impactos na saúde.

 

No último mês, centenas de médicos e pesquisadores do mundo inteiro se reuniram nos Estados Unidos para debater as mais recentes descobertas sobre um tema bem especial a todos: o sono. Esta é uma das áreas mais ‘quentes’ das pesquisas científicas nas últimas décadas, já que evidências se acumulam sobre a enorme influência de uma boa noite de sono na saúde, seja no curto, seja no longo prazo.

O sono é uma das áreas mais ‘quentes’ das pesquisas científicas modernas! Há inúmera evidências de que ele é fundamental para a boa saúde, o bom envelhecimento e a qualidade de vida no geral.

Durante o evento, uma discussão em especial ganhou força: a de que todo mundo está ciente da importância de dormir bem, mas poucos agem a fim de melhorar a qualidade do sono. Em outras palavras: tanto médicos quanto pacientes compreendem – talvez até por experiência própria! – que dormir bem faz bem, mas conversar sobre o sono ainda é raríssimo no consultório, e poucas pessoas fazem o esforço de deixar as distrações noturnas de lado e tentar dormir um pouquinho mais e melhor.

Apesar do sono ser uma parte tão fundamental da nossa saúde (tão importante quanto o que comemos ou a quantidade de exercícios físicos praticados), ele ainda é negligenciado. As consequências para a saúde podem ser enormes, como provam alguns dos destaques apresentados no evento.

Confira a seguir algumas das principais e mais recentes descobertas sobre o sono e seu impacto no dia a dia, conforme apresentadas no encontro anual SLEEP:

 

SONO E HIPERTENSÃO

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Um estudo [1] que analisou padrões de sono de mais de 2 milhões de noites e dados de pressão sanguínea mostrou que irregularidades na duração do sono e na hora que as pessoas dormiam estavam associadas a riscos maiores de hipertensão.

Os pesquisadores descobriram que quem dorme um número fixo de horas por noite e vai para cama mais ou menos no mesmo horário todos os dias, mantendo um padrão constante, tem riscos menores de problemas cardiovasculares. O estudo aponta, por exemplo, que irregularidades na duração do sono foram associadas a um aumento de até 15% nos riscos de hipertensão. O trabalho monitorou mais de 12 mil participantes em todo o mundo, pessoas de 18 a 90 anos, por meio de aparelhos instalados nos colchões e por monitores portáteis de pressão.

 

O IMPACTO DO RONCO

Outro estudo [2] apresentado mostrou que pessoas que roncam bastante durante a noite ou que tem apneia do sono são menos ativas no dia a dia – um problema grave, com repercussões na qualidade de vida, na cognição e até mesmo nos relacionamentos. Os pesquisadores analisaram dados coletados ao longo de três anos e descobriram que ‘roncadores’ frequentes tinham 36 minutos a mais de atividades sedentárias ao longo do dia (uma indicação de cansaço físico ou mental) quando comparados com quem não roncava. Para casos de apneia, esse número salta para 44 minutos sedentários diários.

 

DORMINDO COM A COVID

Sua rotina do sono mudou depois da pandemia da COVID-19? Se a resposta for positiva, você não está sozinho(a). Três estudos mostraram como o novo coronavírus trouxe repercussões até mesmo para a cama.

Blog Hospital Vera Cruz - Sono - Sua rotina a noite

Começando pelos mais jovens: um dos trabalhos [3] analisou os padrões de sono de mais de 5 mil adolescentes norte-americanos, de 11 a 14 anos – uma faixa etária em rápido desenvolvimento, em que o sono é fundamental. Os resultados mostram que, desde 2020, os jovens foram dormir mais tarde, acordaram mais tarde e aumentaram expressivamente a quantidade de tempo grudados nas telinhas à noite, em redes sociais e videogames. Essas tendências, que se iniciaram na época das quarentenas, continuou ao longo de 2021, quando a vida já estava ‘voltando ao normal’ em boa parte do país, e parece não estar diminuindo, o que acendeu o sinal de alerta entre pais e especialistas.

Durante a pandemia da COVID, você dormiu mais ou menos? Veja nesta seção como seus hábitos se comparam aos resultados das pesquisas mais recentes.

Se os adolescentes estão dormindo pior, adultos parecem ter se adaptado um pouco melhor à rotina da COVID. Um trabalho adicional [4], que analisou dados de mais de 160 mil usuários de um relógio bem popular nos Estados Unidos e que monitora parâmetros de saúde, descobriu que, durante a pandemia da COVID, as pessoas dormiram de 5 a 11 minutos a mais do que o ‘normal’ anterior. Isso é interessante, porque em 2019, antes da pandemia, houve uma tendência de redução nas horas de sono, de 5 a 8 minutos a menos. Além disso, ao longo de 2020, a rotina de sono pareceu melhorar para muitas pessoas, principalmente porque a quantidade de horas dormidas durante dias úteis e finais de semana ficou cada vez mais parecida.

Apesar da pandemia e dos lockdowns terem mudado a rotina de milhões de pessoas e terem contribuído para padrões de sono que podem até ser positivos, muitos ainda sofrem severamente as consequências do novo coronavírus. Um estudo sobre o impacto da COVID-19 [5] descobriu que cerca de 50% das pessoas que tiveram sequelas graves da doença têm dificuldades para dormir, mesmo estando curadas há vários meses, e mais de 60% afirmaram que sentem constante cansaço durante o dia.

 

O QUE É MELHOR? DORMIR SOZINHO OU ACOMPANHADO?

Um dos estudos [6] mais interessantes apresentados no congresso analisou dados de mais de 1000 adultos e descobriu a resposta a esta questão: por incrível que possa parecer para muita gente, dormir com seu parceiro/sua parceira foi correlacionado a inúmeros benefícios, como menos insônia, menos fadiga, mais tempo dormido, menos tempo até cair no sono, menos ‘acordadas’ ao longo da noite, menores chances de apneia do sono, e até mesmo menos depressão, ansiedade e stress. Mas nem sempre dormir acompanhado é bom: quem dormia com os filhos reportou mais insônia, menor controle sobre o sono, maiores riscos de apneia e mais stress no geral.

Como mencionamos acima, o sono é uma parte integral da saúde humana, sendo importantíssimo para o corpo e a mente se desenvolverem e se fortalecerem da maneira correta. Uma noite mal dormida traz reflexos imediatos no dia seguinte, com cansaço, mal humor, problemas de concentração…diversas noites mal dormidas, porém, podem impactar a saúde de maneiras ainda mais severas.

Dormir bem nem sempre é fácil. Mas já está provado que é algo pelo qual vale a pena se esforçar. Em sua próxima consulta médica, aproveite a oportunidade e converse sobre os padrões de sono e o que fazer para ter uma noite mais agradável e bem aproveitada. Atualmente, há técnicas, medicamentos e estratégias que até mesmo os mais insones podem utilizar para garantir uma noite muito bem dormida – seu corpo agradece.

 

 

Para saber mais:

  • Congresso SLEEP: https://www.sleepmeeting.org/
  • [1] Sleep Irregularity Is Associated with Increased Risk of Hypertension: Data From Over Two Million Nights. Hannah Scott, Bastien Lechat, Amy Reynolds, Nicole Lovato, Pierre Escourrou, Peter Catcheside, Danny Eckert. Sleep, Volume 45, Issue Supplement_1, June 2022, Pages A93–A94, https://doi.org/10.1093/sleep/zsac079.202.
  • [2] Population-Level Snoring and Probable Sleep-Disordered Breathing Associated with Greater Sedentary Activity. Harun Abdi, Brooke Mason, Chloe Wills, Andrew Tubbs, William Killgore, Michael Grandner. Sleep, Volume 45, Issue Supplement_1, June 2022, Page A313, https://doi.org/10.1093/sleep/zsac079.710
  • [3] Screen time and sleep in young adolescents before and across the first year of the COVID-19 pandemic. Orsolya Kiss, Massimiliano de Zambotti, Emil Schaefer, Ingrid Durley, Erin Kerr, Teji Dulai, Nicole Arra, Todd Obilor, Leticia Camacho, Carrie Hsu, Fiona Baker. Sleep, Volume 45, Issue Supplement_1, June 2022, Pages A22–A23, https://doi.org/10.1093/sleep/zsac079.047
  • [4] Longitudinal Changes in Sleep Duration, Timing, Variability, and Stages during the COVID-19 Pandemic: Large-Scale Fitbit Data. Michael Grandner, Naghmeh Rezaei. Sleep, Volume 44, Issue Supplement_2, May 2021, Page A86, https://doi.org/10.1093/sleep/zsab072.213
  • [5] Sleep Disturbances in Post-Acute Sequelae of COVID-19. Presenter: Dr. Cinthya Pena Orbea. Abstract ID: 0735. Oral Presentation Date: Monday, June 6, 2:15-2:30 p.m., Richardson Ballroom B. Poster Presentation Date: Tuesday, June 7, 5:15-7:15 p.m., Board 176
  • [6] Bed Sharing Versus Sleeping Alone Associated with Sleep Health and Mental Health. Brandon Fuentes, Kathryn Kennedy, William Killgore, Chloe Wills, Michael Grandner. Sleep, Volume 45, Issue Supplement_1, June 2022, Page A4, https://doi.org/10.1093/sleep/zsac079.009. Published: 25 May 2022
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18 de junho

Nossos hospitais foram certificados com o selo de Excelência em boas práticas no enfrentamento da Covid-19

O Vera Cruz Hospital e o Vera Cruz Casa de Saúde receberam esse mês a Certificação com Excelência em Boas Práticas Preventivas para o Enfrentamento do Coronavírus, em reconhecimento por suas condutas no enfrentamento do novo coronavírus, atestando, assim, que a instituição possui ambiente seguro e segue padrões nacionais e internacionais estabelecidos em manuais da certificação. De acordo com a gerente de Qualidade e Segurança do Paciente, Claudia Maria Figueiredo Matias, o Selo em nível de excelência constata e valida a adoção de boas práticas, fluxos e protocolos específicos para oferecer ambiente seguro a todos os pacientes, acompanhantes e pessoas que passam em nossos hospitais, assim como também aos nossos profissionais e prestadores de serviços. Para conceder o selo Covid Free Excelente, o Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) realizou um minucioso processo de análise dos hospitais Vera Cruz e Vera Cruz Casa de Saúde, que compreendeu duas etapas: diagnóstico e certificação. Foram avaliados 115 itens, em diversos setores, todos em conformidade com o que preconiza o Manual de Boas Práticas Preventivas para o Enfrentamento do Coronavírus, desenvolvido pelo Comitê Científico do IBES, composto por profissionais especializados no sistema de saúde, baseado em referências científicas mundiais adaptadas à realidade brasileira, explica a enfermeira de Qualidade de Segurança do Paciente, Beatriz Kaori Fujimoto. Entre muitos itens, foram avaliados distanciamento físico, higiene e limpeza, equipamentos de proteção, monitoramento de saúde, deveres e direitos dos colaboradores, treinamentos, comunicação e planos de emergência. A certificação é mais uma forma de levar confiança a todos aqueles que terão contato com o ambiente hospitalar, fazendo com que se sintam acolhidos e protegidos nas dependências das nossas unidades. Nós, do Vera Cruz Casa de Saúde, vivenciamos, diariamente, a batalha contra a Covid-19, por isso, esse certificado veio para validar o nosso trabalho, empenho e dedicação. Todas as nossas ações de melhorias foram planejadas para oferecer o melhor atendimento aos pacientes e seus familiares e aos nossos profissionais. Estamos muito contentes, já que essa também é a primeira certificação da instituição desde que o Vera Cruz assumiu a unidade, comemora Ludmila Ester Miranda Soares, enfermeira de Qualidade e Segurança do Paciente.

02 de junho

Acretismo placentário: saiba o que é

O acretismo placentário é uma condição caracterizada pela invasão anormal do tecido placentário além da camada superficial interna do útero, chamada decídua. Esta condição está fortemente associada ao antecedente de cesáreas prévias e à inserção baixa da placenta, chamada placenta prévia. Quanto maior o número de cesáreas prévias, maior o risco de placenta prévia e consequentemente maior o risco de acretismo placentário. Com o aumento do número de cesáreas realizadas, a incidência de acretismo aumentou mais de 20 vezes nos últimos anos e hoje está em torno de uma a cada 2.500 partos. A profundidade da invasão da parede uterina caracteriza a gravidade da doença, sendo a placenta acreta ou acreta vera aquela que se insere profundamente na decídua, a placenta increta a que se insere na musculatura uterina (miométrio) e a placenta percreta a que atravessa a musculatura e se insere na camada mais externa chamada serosa ou até mesmo invade os órgãos adjacentes, o mais comum sendo a bexiga. O acretismo está associado a graves hemorragias no momento do parto, em particular se houver esforços para tentar retirar a placenta. Como o fluxo sanguíneo que chega ao útero é de cerca de meio litro por minuto, o volume de sangue perdido é imenso e muito rápido, o que pode levar a paciente ao choque e até mesmo ao óbito. Portanto, suspeitar do diagnóstico antes do parto é fundamental. Mulheres com cesáreas anteriores e placenta prévia devem ser investigadas pela ultrassonografia pré-natal, com profissional experiente. O diagnóstico ultrassonográfico, complementado pela ressonância magnética, antes do parto, permite que a gestante seja encaminhada a um centro especializado no tratamento cirúrgico desta grave condição. O Instituto de Medicina Materno-Fetal, em parceria com o Hospital Vera Cruz, possui um time especializado, chefiado pelo Dr. Marcelo Luís Nomura com experiência nas cirurgias do acretismo placentário, envolvendo uma equipe multidisciplinar, composta por um especialista em medicina materno-fetal (Dr. Marcelo Luís Nomura), um ultrassonografista (Dr. Kleber Cursino de Andrade), um cirurgião vascular (Dr. Lucas Marcelo Dias Freire), um cirurgião oncológico (Dr. Carlos Eduardo Godoy Junior), um radiologista (Dr. Marcos Marins), um urologista (Dr. Sandro Mendonça de Faria), um anestesista (Dr. Gabriel José Redondano de Oliveira) e uma psicóloga (Dra. Carolina Machado de Godoy). Mais recentemente, tem sido proposta a embolização seletiva das artérias uterinas, procedimento realizado pelo cirurgião especializado em cirurgia endovascular, que tem mudado o prognóstico e os resultados cirúrgicos, prevenindo com eficácia as hemorragias severas e reduzindo as complicações maternas substancialmente. Recentemente, a primeira cirurgia desse tipo em hospital privado na cidade de Campinas foi realizada pela equipe do Instituto de Medicina Materno-Fetal no Hospital Vera Cruz, com excelente resultado e mãe e bebê saudáveis em casa. Dr. Marcelo Luís Nomura Instituto de Medicina Materno-Fetal www.immf.med.br Os textos publicados no website do Hospital Vera Cruz são devidamente assinados e seu autor assume a total e plena responsabilidade pelo conteúdo e fontes de informação. O Hospital Vera Cruz não entra no mérito das matérias assinadas e este website é apenas e tão somente um veículo de comunicação. Matérias assinadas, portanto, não refletem necessariamente a opinião do hospital. 1. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina esquerda pré-embolização 2. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina direita pré-embolização 3. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina esquerda pós-embolização com balão 4. Angiografia digital da artéria ilíaca interna e uterina esquerda pós-embolização com balão 5. Ressonância magnética da pélvis, corte sagital, demonstrando área de invasão da parede uterina e abdominal (seta) 6. Ressonância magnética da pélvis, corte axial, demonstrando área de invasão da parede abdominal (seta) 7. Ultrassonografia com Doppler mostrando componente vascular placentário invadindo a parede uterina e abdominal

24 de maio

Conheça as Diferenças entre Resfriado e Gripe

No inverno, o frio e a oscilação de temperatura em diferentes períodos do dia, aliado ao fato de que a umidade do ar fica baixa devido à falta de chuva, algumas doenças são mais propensas a aparecer, como é o caso do resfriado e da gripe. Porém, há diferenças entre elas. A infectologista Dra. Vera Marcia de Souza Lima Rufeisen, coordenadora médica do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Vera Cruz, explica que ambas são infecções respiratórias transmitidas através de contato interpessoal, contato com gotículas provenientes de tosse e espirro ou através das mãos que levam os vírus até a boca e o nariz. “Embora elas comecem da mesma forma, com coriza, espirros e tosse, a gripe habitualmente apresenta sintomas mais intensos, como febre e prostração”, esclarece. Saiba mais sobre as características das duas doenças e previna-se! Resfriado: - São causados por outros vírus como Adenovírus, Rhinovírus e Parainfluenzae, entre outros; - São mais leves e raramente provocam febre ou complicações; - Não têm tratamento específico. É recomendada apenas a hidratação, repouso e o uso de medicação para tratar os sintomas, como por exemplo, analgésicos e antitérmicos; - Não há vacina para resfriado comum. Gripe: - São causadas pelo vírus Influenzae; - Podem ser mais graves, provocar febre, dores musculares, queda do estado geral e causar infecção respiratória grave, assim como complicações bacterianas secundárias; - Em casos graves (Síndrome Respiratória Aguda Grave), os vírus podem ser detectados em secreção respiratória através de métodos específicos e são prescritos medicamentos antivirais. - Representam um risco para saúde, principalmente em grupos específicos (crianças, gestantes, indígenas, pessoas com problemas de imunidade e com outras doenças do coração, pulmões, diabetes, além dos obesos. Estas pessoas têm maior chance de apresentar uma complicação clínica, com quadro pulmonar grave ou pneumonias bacterianas secundarias ao processo); - Podem ser prevenidas através de vacinação. Medidas preventivas para as duas doenças: - Mantenha a higiene constante das mãos; - Evite lugares fechados, sem ventilação; - Orientação quanto à toilette da tosse: cobrir a boca durante o processo de tossir e espirrar; - Vacine-se contra gripe.

13 de maio

Menopausa

Uma questão de saúde que todas as mulheres terão que enfrentar é a menopausa. Para algumas, os sintomas são mais amenos, já para outras, os calores, a dificuldade para pegar no sono, dores de cabeça, nervosismo e a diminuição da libido impactam significativamente a rotina e a qualidade de vida. Tudo isso acontece devido à diminuição gradativa da produção de hormônios femininos. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que a idade média em que a mulher brasileira chega à menopausa é de 48,1 anos e também que quanto antes ela menstrua, mais cedo entra na menopausa e maior é a frequência dos sintomas. O Dr. André Arruda, coordenador do Departamento de Ginecologia do Hospital Vera Cruz, esclarece informações sobre o tema de nossa quinta e última reportagem especial relacionada à saúde da mulher. Veja as orientações do especialista: O que é? Menopausa é um evento fisiológico pelo qual todas as mulheres entre os 45 e 55 anos passam. Sua principal característica é a suspensão definitiva da menstruação. O período que antecede a menopausa é o climatério, uma fase de transição do período fértil para o não reprodutivo em que os ovários vão deixando de produzir os hormônios femininos estrogênio e progesterona. Sintomas Ondas de calor, também chamadas de fogachos, insônia, sudorese noturna, ressecamento da pele e da vagina, irritabilidade, depressão, diminuição da libido e irregularidade no ciclo menstrual, são os principais sinais que aparecem no climatério. Já com a última menstruação e a chegada efetiva da menopausa, esses sintomas tendem a ser acentuados. “A maioria das mulheres sofre com os sintomas, mas há algumas pacientes que têm o privilégio de não ter incômodo algum nessa fase”, afirma Dr. André. Diagnóstico Os exames clínicos feitos em consultórios pelo ginecologista e alguns exames laboratoriais de sangue, como o de dosagem do hormônio folículo estimulante (FSH), LH e estradiol, são os mecanismos para diagnosticar a menopausa. Tratamento Há duas formas de tratamento para os períodos do climatério e da menopausa. Medicamentos naturais e fitoterápicos, atividade física regular e alimentação saudável são algumas alternativas para tratar apenas os sintomas. Já para as mulheres que são muito sintomáticas, geralmente é prescrito o tratamento com reposição hormonal, que consiste na suplementação dos hormônios que param de ser produzidos pelos ovários. Esse tratamento dura cerca de cinco anos e pode ser combinado com antidepressivos. Importante frisar que há estudos que indicam a probabilidade de a reposição hormonal aumentar o risco de câncer de mama, por isso a mamografia anual é fundamental. “Nem todas as pacientes podem usar a reposição hormonal. Quando há histórico familiar de câncer de mama, trombose e AVC, geralmente não é prescrito”, completa Dr. André.

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